O foguete sul-coreano HANBIT-Nano caiu pouco depois do lançamento realizado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, na noite desta segunda-feira (23). Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o acidente foi provocado por uma “anomalia” no veículo logo após a decolagem.
O foguete não era tripulado, mas carregava satélites e experimentos desenvolvidos por instituições brasileiras e indianas. Equipes da FAB e do Corpo de Bombeiros do CLA foram deslocadas até o local da queda para avaliar os destroços e analisar a área de impacto.
O lançamento ocorreu às 22h13 (horário de Brasília). O HANBIT-Nano possui 21,8 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e cerca de 20 toneladas. Trata-se de um foguete orbital de dois estágios com propulsão híbrida, utilizando combustível sólido de parafina e oxidante líquido no primeiro estágio, além de motores híbridos ou movidos a metano líquido no segundo.
O que se sabe sobre a queda do HANBIT-Nano?
Pouco após deixar a plataforma, a transmissão ao vivo exibiu uma mensagem citando uma “anomalia”, seguida pelo corte do sinal. Em nota oficial, a FAB explicou que o veículo iniciou a trajetória vertical conforme o planejado, mas sofreu um problema que resultou na colisão com o solo.
“Na ocasião, após a saída da plataforma, o veículo iniciou sua trajetória vertical conforme previsto. No entanto, houve uma anomalia no veículo que o fez colidir com o solo”, afirmou a Força Aérea Brasileira.
A causa exata da queda ainda não é conhecida. A Innospace, empresa detentora do foguete, e a FAB seguem analisando os dados do voo.
Primeiro lançamento partindo de território brasileiro
Este lançamento marcaria um momento histórico: seria a primeira tentativa de colocar em órbita um veículo espacial orbital a partir do território brasileiro. Segundo a FAB, todas as ações de segurança, rastreio e coleta de dados sob responsabilidade da instituição foram executadas conforme o planejado, garantindo um lançamento controlado e alinhado aos parâmetros internacionais do setor espacial.
No interior do HANBIT-Nano estavam cinco satélites e três experimentos científicos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. A carga incluía:
- Satélite Jussara-K, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA);
- Satélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
- Satélite SNI-GNSS, da Agência Espacial Brasileira (AEB) em parceria com empresas privadas;
- Satélite SolaraS-S2, desenvolvido pela empresa indiana Grahaa Space;
- PION-BR2 — Cientístas de Alcântara, projeto da UFMA feito em parceria com a AEB;
- Sistema de Navegação Inercial (INS), feito pela empresa Castro Leite Consultoria (CLC).
O lançamento foi adiado várias vezes. A primeira data marcada era em novembro, mas o cronograma foi alterado para 17 de dezembro, depois para 19 de dezembro, até ser confirmado para a noite de segunda-feira.
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