Este ano se tornou um ponto de virada para a Blue Origin ao ampliar significativamente o alcance de suas operações no setor aeroespacial. Em 2025, a empresa passou a atuar de forma mais abrangente, combinando voos suborbitais tripulados, missões científicas e lançamentos orbitais de grande porte.
O ritmo das operações aumentou e permitiu a condução simultânea de programas que envolvem turismo espacial, pesquisa científica e desenvolvimento de novos sistemas de lançamento.

Blue Origin ajudou a NASA a voltar a Marte
O principal marco dessa expansão foi a estreia do foguete orbital New Glenn. Após um longo período de desenvolvimento, o veículo realizou seu voo inaugural em janeiro, alcançando a órbita e validando sistemas críticos. O sucesso representou a entrada da Blue Origin no segmento de missões orbitais.
Projetado para lançamentos mais exigentes, o New Glenn utiliza motores BE-4, movidos a metano líquido. Esses motores foram desenvolvidos com foco em eficiência e potencial de reutilização. Em novembro, o foguete foi responsável por colocar no espaço a missão ESCAPADE (sigla em inglês para “Exploradores da Fuga e Dinâmica do Plasma Marciano”), da NASA, liberando duas sondas gêmeas na trajetória planejada para seguir em direção a Marte.

A operação envolveu a inserção precisa das sondas em uma rota interplanetária, etapa crítica que determina o sucesso da viagem ao planeta vermelho. Ao cumprir essa fase inicial com precisão, o lançamento demonstrou a capacidade da Blue Origin de executar missões voltadas à exploração do espaço profundo. Além disso, esta foi a primeira missão da NASA ao Planeta Vermelho desde 2020.
New Shepard voou como nunca este ano
Paralelamente aos “primeiros passos” do New Glenn, o foguete suborbital New Shepard manteve uma agenda intensa de voos. Ao longo do ano, o sistema realizou nove lançamentos – o maior número anual já alcançado pela empresa.
Sete dessas missões foram tripuladas, sinalizando uma rotina operacional mais consistente. O New Shepard consolidou-se como a principal plataforma reutilizável da Blue Origin, alternando voos com passageiros e missões de carga científica.
Entre as missões científicas, a NS-29, realizada em fevereiro, destacou-se pela complexidade técnica. Durante o voo, a cápsula executou uma rotação controlada no ponto mais distante da Terra da trajetória suborbital da espaçonave.

A manobra gerou gravidade artificial equivalente à da Lua por meio de força centrífuga, o que pode ter aplicação direta nos planos da NASA para o programa Artemis. A simulação de gravidade parcial em voos suborbitais oferece uma alternativa mais acessível para testes de equipamentos e procedimentos.
As missões tripuladas também tiveram momentos de grande destaque. A NS-30, realizada em fevereiro, marcou o retorno dos voos humanos após um período de pausa. O lançamento ocorreu sem incidentes e ajudou a reforçar a confiança no sistema New Shepard.
Pouco tempo depois, em 14 de abril, a atenção do público se voltou para a viagem suborbital da cantora Katy Perry. A artista participou de um voo comercial da Blue Origin, que teve ampla repercussão internacional e aumentou a visibilidade do turismo espacial fora do meio técnico. Além disso, aquela foi a primeira tripulação totalmente feminina desde 1963, quando a soviética Valentina Tereshkova entrou para a história como a primeira mulher a ir ao espaço, de acordo com um comunicado da Blue Origin.
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Último voo da empresa em 2025 realizou algo inédito
O ciclo de lançamentos de 2025 foi encerrado com o feito mais simbólico da existência da empresa. Na missão NS-37, realizada no sábado (20), a Blue Origin levou, pela primeira vez em toda a história dos voos tripulados, uma pessoa cadeirante a bordo.
Every New Shepard mission helps us build a more accessible future in space.
On December 20, we successfully launched the 37th flight of the New Shepard program. pic.twitter.com/MBxPWRdx8D
— Blue Origin (@blueorigin) December 22, 2025
O voo ocorreu sem o uso de próteses ou suportes verticais, validando o design inclusivo da cápsula. Além do impacto simbólico, a missão demonstrou a adaptabilidade do sistema a diferentes perfis físicos.
Com os resultados de 2025, a Blue Origin deu um salto claro em maturidade operacional. A empresa mostrou capacidade de executar voos tripulados, missões científicas e lançamentos orbitais de forma consistente. Os feitos do ano ampliaram sua credibilidade técnica e simbólica. Com isso, a companhia passa a ocupar um novo patamar no setor espacial.
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