Soluções de automação robótica estão revolucionando a maneira de produzir na indústria, trazendo uma série de benefícios e ajudando a reduzir custos. O cobot é uma delas, se diferenciando pela segurança, podendo trabalhar ao lado de humanos para aumentar a eficiência.
Além de fábricas de automóveis e eletrônicos, os robôs colaborativos estão na indústria farmacêutica, fabricação de metal, alimentação e agricultura. As vantagens da tecnologia também são aproveitadas na medicina, pesquisa científica, logística, construção e educação, entre outras áreas.
O que é um cobot e por que ele surgiu na indústria?
Desenvolvido na década de 1990, o cobot é um robô projetado para trabalhar ao lado de humanos e não para substituí-los. Eles ficam responsáveis por tarefas repetitivas, enquanto o trabalhador cuida daquelas que exigem maior concentração.
Também conhecido como robô colaborativo, usa programação avançada para detectar intenções e se antecipar a movimentos e interações, ajustando o comportamento para garantir a segurança no trabalho. Além disso, pode se desligar automaticamente em caso de colisão inesperada.
Esses bots têm, ainda, maior capacidade de aprender novas tarefas por meio de demonstração e reforço, permitindo ajustes finos e expandindo a sua utilização para diferentes atividades. Interface amigável e instalação fácil são outras características da tecnologia, tornando-a acessível.

Diferença entre robôs colaborativos e robôs tradicionais
Apesar das semelhanças, cobots e robôs convencionais possuem diferenças. Os modelos industriais são projetados para atuarem de maneira autônoma, têm mais velocidade, maior tamanho e potência, enquanto as versões colaborativas dependem de humanos, são mais leves e compactas.
Eles também se diferenciam no quesito segurança, com sensores nos cobots prevenindo colisões. Nos demais, isso não acontece, com alguns deles precisando trabalhar isoladamente para reduzir os perigos, embora alguns acidentes já tenham acontecido.
Além disso, os robôs industriais exigem conhecimento especializado para instalar e operar, custam mais caro e são empregados em tarefas específicas nos ambientes automatizados. Os cobots são fáceis de operar, baratos e versáteis, possibilitando o uso por empresas menores.
Por outro lado, os modelos comuns funcionam até sua capacidade máxima sem intervenção. Nos colaborativos, existe a dependência de supervisão em certas ocasiões e eles também trabalham com menor velocidade, possuindo amplitude de movimento limitada.
Por que os cobots se tornaram essenciais na Indústria 4.0
Caracterizada pelas tecnologias avançadas nos processos produtivos, a Quarta Revolução Industrial quer tornar fábricas conectadas e inteligentes. Integrando a automação segura com o trabalho humano, os robôs colaborativos são considerados pilares para o conceito.
Os bots se encaixam na Indústria 4.0 fazendo a conexão físico-digital, trazendo mais flexibilidade e agilidade, aumentando a produtividade e a segurança. Outra contribuição é a democratização da automação, possibilitando que empresas de todos os tamanhos a utilizem.
Vale destacar, ainda, que eles têm como propósito aumentar as capacidades humanas, muitas vezes assumindo a forma de braço robótico, oferecendo mãos extras. Assim, ajudam a acabar com o medo de os robôs dominarem o ambiente de trabalho, que pode impedir a adoção da tecnologia.
Como funcionam os cobots na prática
Oferecendo maior precisão e adaptabilidade para diversos trabalhos, os robôs colaborativos são utilizados em uma ampla gama de indústrias. Eles podem assumir tarefas cansativas ou de alto risco compartilhando o mesmo espaço que os humanos, sem barreiras de segurança.
Principais aplicações de cobots na indústria
Os cobots são divididos em quatro tipos principais, capazes de realizar tarefas como:
- Controle de qualidade: robôs colaborativos com visão podem realizar inspeções com alta precisão, evitando que produtos defeituosos ou com anomalias cheguem às lojas;
- Montagem: realizam trabalhos como parafusamento, inserção de peças de tamanhos e formatos variados, conexão de componentes em circuitos eletrônicos e outras tarefas da mesma maneira que humanos;
- Manuseio de materiais: carga e descarga de caminhões, movimentação de substâncias perigosas, alimentação de máquinas e transporte de mercadorias em armazéns, aliviando a pressão física sobre os trabalhadores e melhorando a eficiência logística;
- Embalagem: processos como preenchimento, selagem e rotulagem de produtos estão entre as aplicações da tecnologia, que também pode ser usada na paletização de forma rápida e precisa;
- Acabamento: com as adaptações necessárias, assumem trabalhos como lixamento, polimento e pintura, diminuindo as chances de erro e agilizando tais processos;
- Aplicações agrícolas: conseguem identificar e colher frutas maduras, podar, plantar e realizar a semeadura com alta precisão, monitorar plantações para o controle de pragas e automatizar a limpeza;
- Pesquisas científicas: em laboratórios, são capazes de manusear amostras, lidar com substâncias que trazem riscos para os cientistas e assumir tarefas que exigem precisão milimétrica;
- Suporte à saúde: sistemas robóticos também estão em uso no campo da saúde, auxiliando médicos durante procedimentos cirúrgicos, monitorando pacientes e atuando na dispensação de medicamentos.

Para estas e outras tarefas, os cobots podem ser equipados com diversas ferramentas, bastando modificar a programação para novas tarefas. Entre elas, há os sistemas de visão, com câmeras 2D e 3D para localizar objetos, reconhecer padrões, escanear códigos de barra e fazer monitoramentos.
Já os trocadores de ferramentas possibilitam mudanças automáticas de peças, como nos robôs de linhas de montagem, enquanto os pegadores são usados em coletas e transporte. Extremidades de braço, como lixadeira e parafusadeira, e extensores de alcances são alguns dos outros itens para customização.
Na lista, também há sistemas de alimentação, vários tipos de sensores e outros itens para aumentar a segurança na interação entre homem e máquina.
Casos reais e exemplos de cobots na indústria
A indústria automotiva é uma das que mais utiliza os robôs colaborativos. Tanto montadoras quanto fornecedoras contam com a tecnologia em suas fábricas, realizando trabalhos nas áreas de montagem, remoção de material, alimentação de máquina, solda, pintura e inspeção de qualidade.
Na Ford, o cobot Robbie auxilia pessoas com mobilidade reduzida, assumindo tarefas complicadas para este grupo. Em um caso divulgado pela marca, o robô fixa tampas circulares nos motores ao lado de um funcionário que sofre com dores nos pulsos e no ombro.
Sistemas robóticos avançados também são usados pela Amazon, cuidando de funções como levantar e transportar caixas pesadas, pegar itens de compartimentos, mover carrinhos lotados de mercadorias e manusear pacotes. Hércules, Proteus, Pegasus e Vulcan são alguns dos robôs da gigante do comércio eletrônico.
Outro exemplo de aplicação de cobots na indústria 4.0 é da Sanofi. Nas linhas de produção da farmacêutica francesa, os robôs manuseiam caixas pesadas e cuidam da embalagem e paletização, reduzindo o tempo de trabalho e aliviando os funcionários de tarefas cansativas e perigosas.

Em relação aos preços de cobots, os valores variam de acordo com a customização do equipamento. Em geral, modelos simples e menores, para atividades leves, custam a partir de US$ 10 mil, o equivalente a R$ 55,9 mil pela cotação atual, em conversão direta.
Mas os modelos mais completos, com sistemas de visão e IA integrada, que fazem tarefas de maior complexidade, podem chegar a custar mais de US$ 100 mil, ou R$ 555,9 mil na cotação do dia, sem considerar impostos e taxas. Neste caso, os valores superam bastante os de robôs humanoides domésticos que estão começando a ganhar destaque.
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