A ‘dança’ dos furacões: Imelda e Humberto giram lado a lado no Atlântico

Dois furacões no Atlântico “dançam” num fenômeno raro da meteorologia. Chamado de efeito Fujiwhara, ele acontece quando dois ciclones tropicais ficam tão próximos que passam a interagir entre si, girando em torno de um ponto comum.

No momento, os protagonistas dessa dança são os furacões Imelda e Humberto. Eles espalham chuvas fortes, ventos intensos e ondas gigantes do Caribe até a costa leste dos Estados Unidos. Bermudas está sob alerta máximo para a chegada de Imelda, enquanto Humberto, que já chegou à categoria 5, continua a influenciar o movimento do sistema vizinho.

Imelda e Humberto: Efeito raro faz furacões girarem lado a lado no Atlântico

O fenômeno se chama efeito Fujiwhara por ter sido descrito pela primeira vez pelo meteorologista japonês Sakuhei Fujiwhara, em 1921.

Ele ocorre quando ciclones tropicais se aproximam a ponto de interagir, o que altera suas rotas e intensidades. Esse tipo de “dança” é incomum no Atlântico e desafia previsões – afinal, o movimento de um sistema pode puxar ou desviar o outro, mudando o rumo esperado das tempestades.

Furacão Imelda

Com ventos que chegam a 140 km/h, Imelda está classificado como furacão de categoria 2 e segue em direção a Bermudas, onde autoridades fecharam escolas, repartições públicas e o aeroporto internacional em preparação para a tempestade.

O furacão Imelda está classificado como furacão de categoria 2 e segue em direção a Bermudas (Imagem: NASA)

A expectativa é de até seis horas seguidas de ventos com força de furacão, acompanhados de chuvas intensas e risco de apagões.

Antes disso, o sistema já havia deixado um rastro de destruição no Caribe, com deslizamentos fatais em Cuba, enchentes no Haiti que afetaram dezenas de localidades e prejuízos agrícolas, além de inundações nas Bahamas e fortes chuvas em Porto Rico.

Nos Estados Unidos, mesmo sem tocar o continente, as ondas e correntes marítimas associadas a Imelda provocaram a morte de um homem na Flórida, que foi arrastado ao mar.

Furacão Humberto

Humberto chegou ao pico da categoria 5 no fim de setembro, com ventos de 260 km/h. Assim, tornou-se um dos furacões mais potentes da temporada de 2025.

Humberto chegou ao pico da categoria 5 – um dos furacões mais potentes da temporada de 2025 (Imagem: NASA)

Agora rebaixado para categoria 1, o sistema perdeu força, mas mantém um tamanho colossal, capaz de empurrar ondas e correntes perigosas por centenas de quilômetros além de sua posição.

O furacão passou a oeste de Bermudas, levando chuvas fortes e ventos intensos ao arquipélago. E sua massa atmosférica influencia diretamente o comportamento de Imelda, “puxando” o sistema vizinho para leste.

Essa interação ajuda a reduzir a ameaça imediata para a costa continental dos Estados Unidos, mas complica as previsões meteorológicas ao criar trajetórias menos previsíveis.

Impactos nos EUA

Mesmo sem previsão de chegada direta ao continente, os efeitos combinados de Imelda e Humberto já se fazem sentir na costa leste dos Estados Unidos.

Ondas gigantes e correntes de retorno perigosas se espalham da Flórida até a Carolina do Norte, provocando alagamentos costeiros, erosão e a destruição de casas em regiões vulneráveis. Entre elas, está os Outer Banks, onde ao menos cinco imóveis desabaram após dias de mar agitado.

Em várias áreas, autoridades alertam para risco de inundações repentinas, especialmente durante as marés altas, além da presença de destroços que podem oferecer perigo adicional nas praias.

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Raridade da ‘dança’

efeito Fujiwhara no encontro de Imelda e Humberto é pouco comum no Atlântico. Essa “dança” pode alterar rotas e acelerar ou enfraquecer os sistemas, além de aumentar a incerteza das previsões meteorológicas.

“Dança” entre furacões Imelda e Humberto pode alterar suas rotas, o que dificulta a vida de meteorologistas (Imagem: CIRA/RAMMB/NOAA)

Segundo especialistas, a proximidade atual entre os dois furacões está entre as dez menores distâncias já registradas desde o início das observações por satélite, em 1966.

O episódio reforça a intensidade da temporada de 2025, marcada por vários furacões de categoria maior, algo que não se via desde a década de 1930.

(Essa matéria usou informações de CNN, G1 e NASA.)

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