A Honda é uma empresa de muita tradição no ramo de veículos, com carros, motocicletas e componentes já consagrados na área. A companhia é inclusive muito tradicional no Brasil, com vários modelos de sucesso comercial.
A fabricante tem uma origem já antiga e muito ligada aos trabalhos de um empresário japonês. A seguir, conheça um pouco mais sobre a evolução e relembre alguns dos principais produtos dessa marca tão famosa dentro e fora do ramo automotivo.
O sonho de Soichiro Honda
O fundador e responsável pela empresa é Soichiro Honda. Ele veio de uma família pobre, trabalhou em oficinas por muito tempo e chegou a ser piloto até sofrer um acidente. O rapaz chegou até a virar fornecedor de peças para uma futura concorrente que já existia, a Toyota.
Depois da Segunda Guerra Mundial, com o país em reconstrução e precisando de indústrias fortes, ele transforma a pequena filial da empresa em que trabalhava em um negócio próprio.
Para isso, Soichiro contou com a ajuda do empresário Takeo Fujisawa, que cuidava da parte financeira e de operações.
A companhia começa com um capital relativamente modesto. Ainda em 1947, um pouco antes da inauguração acontecer, a dupla lança um motor auxiliar para bicicletas, o A-Type, que faz sucesso e gera as primeiras encomendas — indício de um ramo que seria a sua especialidade.
Em 24 de setembro de 1948, nasce oficialmente a Honda Motor Company como uma fábrica pequena na cidade de Hamamatsu. Já no ano seguinte sai a D-Type, ou Dream, primeira motocicleta completa e original da Honda.
Já em 53 o destaque é o Type H, o primeiro motor elétrico para uso geral da marca. O sucesso é tanto que, em 1955, ela já era líder do mercado de motos do Japão em volume fabricado.
Os primeiros grandes sucessos
Foi em 1958 que ela lançou a linha de motos Super Cub no Japão. Esse é um dos modelos mais clássicos da marca, garantindo uma combinação até então rara de estabilidade, economia de combustível e velocidade para uso urbano ou rural.
A moto ajudou a salvar a empresa de um momento de crise financeira e foi um verdadeiro fenômeno: as cerca de 100 milhões de unidades comercializadas em toda a história tornam ela a motocicleta mais vendida de todos os tempos.
Ela então abre um escritório nos Estados Unidos e começa a participar de provas competitivas. Em 59, a Honda corre na tradicional Isle of Man Tourist Trophy, no Reino Unido, e ganha a prova dois anos depois na categorias com motos.
Consolidada no setor de motocicletas, a Honda em 1963 lança os primeiros automóveis dela: o carro de passeio S500 e a picape de pequeno porte T360. Três anos depois a novidade é o N360, vendido como um carro popular.
A trajetória na Fórmula 1
Os anos 1960 tem ainda um acontecimento marcante: ela começa a competir na Fórmula 1 e vira um nome clássico da categoria.
Além de ter carros próprios por um tempo, a Honda foi fornecedora de motores para outras equipes nas décadas seguintes. A parceria dela com Ayrton Senna é uma das mais lembradas e fez o piloto ter grande fama no Japão, talvez só menor que no Brasil.
Em 2003, ela compra participação na BAR e vira não só fornecedora de motores, mas nos anos seguintes a dona da equipe. Isso termina em 2008, com a crise financeira global e uma fase interna complicada na própria companhia.
A Honda sai da Fórmula 1 pela primeira vez e gera uma das zebras mais improváveis da categoria: ela tem a equipe comprada pelo engenheiro Ross Brawn, que ganha a temporada seguinte na primeira e única vez que ele competiu com um carro próprio, com o brasileiro Rubens Barrichello entre os pilotos.
Outros lançamentos da Honda que se destacam a partir do fim da década de 1960 incluem os seguintes modelos e componentes:
- a superbike CB750, com motor de 4 cilindros e bem mais sofisticada tecnicamente que modelos anteriores;
- o motor CVCC de 1971, com um tipo de combustão mais controlada em emissões;
- a primeira geração do carro Honda Civic em 1972, grande sucesso comercial dela em automóveis que gera atualizações até os dias de hoje;
- a linha Gold Wing de motos para trajetos de longa distância;
- o carro Accord, com maiores dimensões do que os que foram lançados antes e quatro portas;
- novos motores da divisão Marine mais eficientes e silenciosos para lanchas e barcos;
Na década de 1970, a empresa passa por mudanças com a aposentadoria dos dois fundadores. Kiyoshi Kawashima vira o segundo presidente da história da empresa.
Dentro da nova gestão, os lançamentos mais marcantes incluem:
- o Electro Gyrocator (1981), considerado o primeiro sistema de navegação para carros do mundo disponível comercialmente;
- o Honda City, uma das linhas de carros mais atualizadas e duradouras da marca;
- a Acura, uma família de de carros de luxo nascida em 1986;
- o supercarro Honda NSX com chassi de alumínio e vários detalhes que melhoram a aerodinâmica;
A década de 1990, por outro lado, trouxe uma crise que quase faz a Honda ser adquirida por rivais como a Mitsubishi. Anos depois, uma fusão com a Nissan quase ocorre, mas a união é cancelada por falta de acordo entre as partes.
Rumos diferentes e sustentáveis
A partir dos anos 2000, os planos dela mudam. A Honda começa a focar em uma pegada mais sustentável e expande para áreas como a aviação, com a Honda Aircraft Company fabricando o jato executivo HondaJet.
Ela também aposta em um setor bem diferente: o de robótica. É nesse ponto que surge o Asimo, um dos primeiros robôs humanoides com sucesso a nível global. Ele era limitado em movimentos se comparado com modelos atuais, mas impressionou na época.
O Asimo recebeu atualizações por vários anos e a produção deles terminou em 2018 — sem a intenção de ser um sucesso comercial, mas uma prova conceitual da tecnologia.
Vale mencionar ainda a picape Ridgeline e o Honda Fit, outro nome famoso da marca. Já em 2013 o lançamento é da linha de motos CTX700 para uso urbano.
Em 2014, a empresa lança o o Honda Sensing para auxiliar motoristas na navegação e apresenta um raro carro movido a célula de combustível de hidrogênio, o Clarity Fuel Cell.
Outra impressiona também é o Moto Riding Assist, uma tecnologia que faz a moto meio que andar sozinha por ajudar no equilíbrio.
A Honda começa também em 2022 a desenvolver motores para foguetes, no estilo da SpaceX, realizando testes atualmente para conseguir lançar, recuperar e reutilizar as unidades em missões simples.
Em carros elétricos, apenas em 2022 ela e a Sony anunciaram uma divisão separada chamada Afeela, mas o carro inteligente deles tem pré-vendas limitada. O que saiu do papel mesmo foi o Honda Prologue de 2024, uma parceria com a General Motors, mas ela hoje reduziu os esforços nesse setor e segue com variantes híbridas em linhas já consagradas.
Atualmente, a Honda lança principalmente carros, motos e motores, além de ser ativa no mundo das competições de Fórmula 1 e motovelocidade. Ela continua também patrocinando vários eventos esportivos e equipes até de esports.
Porém, assim como outras montadoras, ela não é livre de problemas como processos de recall. Em 2023, uma operação de grandes proporções envolveu vários modelos produzidos por anos, que precisaram ter nos componentes do airbag da marca Takata substituída.
A Honda no Brasil
É em 1971 que a Honda do Brasil começa a funcionar no bairro da Pompéia, em São Paulo. Após importar motos, cinco anos depois ela já tem até uma fábrica em Manaus.
O público brasileiro abraçou os veículos, em especial os de duas rodas. Um grande exemplo disso veio de 1998, quando nasce uma das motos de maior sucesso do Brasil, a Honda Biz, que ficou anos em desenvolvimento. Esse modelo nasceu na divisão de pesquisa da Honda em São Paulo teve várias atualizações.
Antes dela, a primeira motocicleta Honda fabricada no Brasil também é muito lembrada: a CG 125, que deu origem a outra linha de sucesso.
Ao longo dos anos, a Honda do Brasil também expande para áreas como finanças, seguros e geração de energia, mas segue comercializando motos e carros.