A história de algumas lendas urbanas cresce ao ponto delas superarem as fronteiras de um país e se tornarem internacionais. Talvez o caso mais famoso seja o do Monstro do Lago Ness, na Escócia. Mas temos também o Pé-Grande, nos Estados Unidos. E até o chupa-cabra, que ficou mais restrito aqui ao Brasil.
Em todos esses casos, você vai encontrar gente que acredita e que duvida da veracidade das informações. Independentemente disso, fato é que algumas cidades se fizeram a partir desses mitos.
A pequena Fredericton, em New Brunswick, Canadá, por exemplo. O município tem cerca de 60 mil habitantes apenas e recebe mais turistas do que isso todos os anos. O motivo? O “Sapo Coleman”.
A história não é tão famosa aqui no Brasil, mas ganhou destaque em outras partes do mundo, levando muitos curiosos à região. A lenda do sapo Coleman fica ainda mais interessante porque o animal gigante original estaria taxidermizado no museu da cidade.
Mas será que é real?
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A lenda do sapo Coleman
Imagem: Wikimedia Commons (domínio público)
De acordo com o folclore local, esse sapo teria sido pego por um morador da cidade chamado Fred Coleman em 1885.
Para ser mais exato, ele seria da espécie Lithobates catesbeianus, popularmente conhecida como rã-touro americana – mas estamos chamando aqui de sapo porque é assim que a lenda diz.
E o animal seria totalmente normal, de tamanho e comportamento.
Só que é aí que as coisas começam a ficar estranhas.
De acordo com a lenda, Fred Coleman teria tratado esse sapo como alguém da família e teria alimentado o bichinho com comida humana.
A dieta do Sapo Coleman tinha fubá, feijão cozido, soro de leite e até mesmo doses de uísque…
Oito anos desse cardápio e o sapo teria atingido a impressionante marca de 19 quilos – quase 10 vezes o peso normal da espécie!
Reza a lenda que o Sapo Coleman sempre aparecia para fazer as refeições quando ouvia um sininho e era a grande atração local.
Qual a chance disso ser verdade?
Pois bem, ainda de acordo com o folclore canadense, o Sapo Coleman teria morrido em um misterioso “acidente de dinamite”.
Fred Coleman teria, então, enviado os restos mortais do seu fiel companheiro para um taxidermista.
O corpo “empalhado” está exposto até hoje no Museu de Fredericton – e você pode ver a imagem que um turista postou no TripAdvisor.
Essa seria uma das provas da existência do Sapo Coleman… – Imagem: Reprodução/TripAdvisor
Outra “prova” de que a lenda seria verdadeira é a foto antiga que mostramos há pouco…
Bom, não precisa ser nenhum especialista para colocar em dúvida a procedência tanto da imagem como da figura empalhada. Mesmo assim, recorremos à ciência.
O site IFL Science ouviu David Green, diretor do Museu Redpath da Universidade McGill, em Montreal, um especialista em vertebrados. E sabe o que ele disse?
“Isso tudo é bobagem, sabia?”
Primeiro porque o uísque provavelmente mataria o sapo. Esses anfíbios, aliás, nem bebem pela boca como nós; eles absorvem umidade pela pele ao redor da barriga e das coxas.
Ou seja, estamos diante de uma mentira. Acredito que os próprios moradores de Fredericton sabem disso, mas não se importam. Nada como uma bela lenda urbana para alavancar o turismo local.
As informações são do IFL Science.
O post A história do sapo gigante que tomava uísque e comia feijão apareceu primeiro em Olhar Digital.