O gênero true crime está em alta nos últimos anos e ganhou diversas produções de peso no streaming, desde documentários até dramatizações, como Dahmer e Irmãos Menendez. De olho no mercado brasileiro, o Prime Video apostou em uma história que parou o país para engajar nessa onda: A Mulher da Casa Abandonada.
A série documental de três episódios é inspirada no podcast feito por Chico Felitti que virou um sucesso em 2022, alcançando tanta repercussão que rendeu confusões nas ruas de São Paulo. Em episódios exclusivamente feitos em áudio, o jornalista contou como conheceu uma velha casa em Higienópolis, bairro nobre da cidade, habitada por uma misteriosa mulher que cobria o rosto com um creme branco.

Enquanto a existência de uma mansão em pedaços habitada por uma idosa já seria suficiente para despertar curiosidade, a história ganhou notoriedade por seus desdobramentos sombrios. Afinal, com o tempo, o jornalista descobriu que a dona da mansão em frangalhos é uma fugitiva do FBI.
Nova série do Prime Video é muito diferente do podcast
A história contada no podcast A Mulher Da Casa Abandonada, por si só, já é interessante o suficiente para render uma ótima produção além do formato de áudio. Na verdade, essa prática é bastante comum na indústria atual.
Quando um podcast faz bastante sucesso, especialmente envolvendo histórias criminosas, é questão de tempo até a narrativa ser adaptada para um documentário ou série dramática, como WeCrashed e The Dropout, para dar alguns exemplos. O pulo do gato do novo lançamento do Prime Video é que tudo não se trata de uma reciclagem, mas de uma expansão.
A série A Mulher da Casa Abandonada funciona mais como uma continuação do que uma adaptação direta do podcast.
A série A Mulher da Casa Abandonada funciona mais como uma continuação do que uma adaptação direta do podcast. Com isso, quem já conhece a história pode ver um novo lado da narrativa, enquanto novos espectadores poderão retornar ao programa em áudio para se aprofundar ainda mais no caso.
A abordagem trazida pela equipe que inclui Katia Lung, Mariana Paiva e Chico Felitti é certeira. Além de contextualizar quem está chegando agora na história, a produção ilustra muito bem o que já foi contado em áudio, além de trazer novas questões para o caso.
A Mulher da Casa Abandonada serve como exemplo para futuras produções do tipo, sendo praticamente uma aula de como adaptar true crimes. Ao invés de fazer uma cópia barata de maneira documental, a série expande esse universo, trazendo uma continuação mais profunda e que reacende uma história impactante e que repercute até hoje.
Série de A Mulher da Casa Abandonada traz vítima falando pela primeira vez
O grande destaque da produção de três episódios é a participação de Hilda Rosa dos Santos, que foi mantida por quase duas décadas em situação de trabalho análogo à escravidão pela família Bonetti. Embora sua história já tenha sido contada no podcast, aqui ela ganha protagonismo absoluto, trazendo ainda mais humanidade para a brutal história iniciada no podcast.
Segundo a diretora Katia Lung, a produção foi ganhando nova forma após a chegada de Hilda. “A participação dela abriu novas portas”, explicou a cineasta, que também esteve envolvida no premiado Cidade de Deus.

Com a presença de Hilda, mais vizinhos e até um agente do FBI aceitaram aparecer diante das câmeras para contar seus lados da história. Com isso, a série praticamente finaliza o quebra-cabeça iniciado no podcast de 2022, incluindo até um episódio extra para quem acompanhou a história em áudio.
Além de expandir as partes já conhecidas, o documentário revela mais um capítulo da misteriosa vida de Margarida no Brasil. Essa nova etapa não só aparece na série, mas também foi transformada em um episódio extra do podcast, lançado três anos depois nas plataformas como Spotify, servindo como aquecimento para a estreia no Prime Video.
Últimos segredos e nova atualização no caso
Com três episódios de cerca de trinta minutos, A Mulher da Casa Abandonada abre as portas para uma nova audiência trazendo detalhes inéditos do caso, incluindo uma história não contada de Margarida, e dá voz para quem mais importa: a vítima por trás de todo o caso.
Com essa abordagem, A Mulher da Casa Abandonada não só entrega um complemento à história original, mas também cria uma obra capaz de se sustentar sozinha — seja para quem chegou agora, seja para quem já acompanhou cada detalhe desde 2022. É um exemplo raro de adaptação que respeita a obra original e, ao mesmo tempo, a enriquece.
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