Nos últimos dias, um rumor apocalíptico se espalhou nas redes sociais com a alegação de que toda a Terra mergulhará em escuridão por seis minutos no próximo sábado, 2 de agosto. A informação causou preocupação em muitas pessoas, mas não tem qualquer fundamento científico.
A ideia de que o lado iluminado do planeta possa ser coberto por trevas simultaneamente ao lado noturno é fisicamente impossível. Mesmo que fosse planejada por alguma tecnologia artificial, seria necessário um objeto maior que a própria Terra para bloquear completamente a luz solar. Trata-se, portanto, de mais um exemplo de como teorias sensacionalistas se espalham facilmente na internet, misturando informações reais com distorções.
Origem do boato e o que realmente vai acontecer
- O mal-entendido parece ter surgido a partir de uma confusão com um evento astronômico real, que de fato acontecerá em um 2 de agosto — mas só em 2027.
- Trata-se de um dos eclipses solares mais aguardados do século, com duração de mais de seis minutos no ponto máximo de totalidade.
- Esse fenômeno ocorrerá principalmente na região do norte da África e Oriente Médio.
- Em Luxor, no Egito, a totalidade do eclipse atingirá impressionantes 6 minutos e 23 segundos — um tempo significativamente maior do que o eclipse solar total de 2017, que durou 2 minutos e 40 segundos, e o de 2024, com 4 minutos e 28 segundos.
Eclipse de 2027 será o mais longo do século
O eclipse de 2027 será o mais longo do tipo em todo o século 21, ficando atrás apenas de um evento futuro previsto para 16 de julho de 2186, que poderá durar até 7 minutos e 29 segundos. Já em 2096, está prevista uma outra ocorrência significativa, com 6 minutos e 7 segundos de escuridão total.
Apesar do destaque, é importante esclarecer que nenhum eclipse solar cobre todo o planeta. A chamada “faixa de totalidade” desse tipo de fenômeno é limitada. Em 2027, ela terá no máximo 258 quilômetros de largura, e vai se estender de Cádiz (Espanha) até o Chifre da África, passando por locais históricos como Tânger, Benghazi, Meca e a própria Luxor.
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Fenômeno será usado pela ciência
Além do espetáculo visual, o eclipse de 2027 será uma oportunidade para astrônomos realizarem experimentos científicos importantes, como testes da teoria da relatividade de Einstein. E não será o único eclipse solar total antes do fim da década. Outro está previsto para 12 de agosto de 2026, visível da Islândia até a Espanha. Esses eventos são relativamente comuns, ocorrendo a cada cerca de 18 meses, embora nem sempre visíveis nas mesmas regiões do mundo.
Portanto, não há motivo para alarme: a Terra não será tomada pela escuridão total no próximo sábado. Mas para quem gosta de fenômenos astronômicos, o eclipse de 2027 promete ser um marco, tanto pelo espetáculo visual quanto pelo seu valor científico.
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