Cientistas descobriram que abelhas usaram cavidades de dentes em fósseis de 20 mil anos como locais para colocar ovos. A descoberta inédita revela um comportamento totalmente novo dessas espécies.
Segundo o IFLScience, o estudo foi conduzido em cavernas de calcário na ilha de Hispaniola, Caribe, conhecida por seus afloramentos e formações rochosas únicas que preservaram restos de dezenas de espécies nativas.

Uma caverna cheia de surpresas
Durante a pesquisa, pesquisadores encontraram fósseis de roedores, preguiças, macacos, tartarugas, crocodilos e diversas espécies novas de aves, mamíferos e lagartos.
O mais inesperado foram esses ninhos de abelhas dentro dos restos de espécies extintas. Isso mostra um comportamento completamente não documentado em abelhas.
Lazaro Viñola López, autor principal do estudo e pesquisador pós-doutorando no Field Museum, em nota.
O achado começou com a análise de pelotas de coruja, que continham mandíbulas de mamíferos. Algumas cavidades dentárias estavam preenchidas com sedimentos estranhos, parecendo casulos de vespas antigas. Mas tomografias revelaram estruturas idênticas aos ninhos de barro de abelhas atuais, inclusive com grãos de pólen deixados como alimento para as larvas.

Abelhas criativas e solitárias
As abelhas solitárias já são conhecidas por ocupar diversos espaços: buracos em madeira, solo ou até conchas vazias. No entanto, esta é a primeira vez que cientistas observaram o uso de fossas pré-existentes em fósseis como abrigo seguro para proteger suas crias de predadores.
Entre os achados:
- Estruturas semelhantes a ninhos de barro contemporâneos
- Presença de pólen em algumas cavidades, usado como alimento para larvas
- Classificação dos ninhos como Osnidum almontei, em homenagem ao descobridor da caverna, Juan Almonte Milan
“Nosso objetivo agora é continuar documentando a diversidade de vertebrados encontrados na caverna, que já ultrapassa 50 espécies, incluindo várias novas para a ciência”, disse Viñola López.

O que isso nos ensina
Embora as abelhas responsáveis possam ainda estar vivas, algumas possivelmente já se extinguiram, assim como muitas espécies encontradas na caverna. O estudo reforça a importância de analisar fósseis com atenção: pequenos detalhes podem revelar comportamentos inéditos na natureza.
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A pesquisa foi publicada na Proceedings of the Royal Society B Biological Sciences e amplia nosso conhecimento sobre a criatividade e adaptabilidade das abelhas ao longo da história da Terra.
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