Você já pensou em como a tecnologia pode contribuir para que pessoas com deficiência motora recuperem seus movimentos? Esse é o objetivo de um projeto da Northern Arizona University: o exoesqueleto robótico de código aberto.
O projeto teve início há anos no Laboratório de Biomecatrônica do professor associado Zachary F. Lerner. A ideia é que, com informações disponíveis gratuitamente para qualquer pessoa, outras pesquisas e protótipos de exoesqueletos possam ser aceleradas.
As informações foram retiradas do artigo científico que foi publicado na Science Robotics. O pesquisador pós-doutorando Jack Williams é o primeiro autor do artigo.
Conteúdo aberto e gratuito
O site do OpenExo é uma plataforma voltada para pesquisas em mobilidade e reabilitação. A plataforma fornece instruções completas para construir um exoesqueleto de uma ou várias articulações. O conteúdo gratuito disponível inclui:
- Pacote de software
- Arquivos de design mecânico
- Componentes elétricos
- Arquitetura de software
- Arquitetura elétrica detalhada
- Esquemas de controle
- Soluções de otimização
- Sistemas de biofeedback
- Guias passo a passo
- Aplicativo complementar em Python
O pacote de software pode ser utilizado com ou sem modificações, permitindo testes com novos hardwares e estratégias de controle sem a necessidade de desenvolver código adicional.
Há também documentação completa para fabricação e montagem, que inclui:
- Lista de materiais
- Arquivos de peças
- Instruções de usinagem, montagem e criação de cabos
- Indicações de fornecedores terceirizados para quem não possui estrutura de fabricação própria
O site pode receber ainda mais conteúdo com o avanço do projeto.
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O impacto do OpenExo
Geralmente, um exoesqueleto é composto por diversas partes móveis, sistemas dependentes e diferentes tecnologias para funcionar. Isso exige a formação de uma equipe multidisciplinar para desenvolvê-los. São necessários conhecimentos de vários tipos de engenharia, ciência da computação e até fisiologia. Isso pode tornar a produção desses sistemas eletromecânicos cara e demorada, o que provavelmente impede que muitas pesquisas comecem.
O desenvolvimento de um exoesqueleto também exige muitos testes e adaptações, já que ele precisa ser biomecanicamente benéfico para quem o utiliza.
Em entrevista para a Tech Explore, o professor Lerner disse:
Nosso projeto é importante para a comunidade de pesquisa porque reduz significativamente as barreiras de entrada. Em um momento de redução do financiamento federal para pesquisas, sistemas de código aberto como o OpenExo se tornam cada vez mais essenciais para facilitar pesquisas de ponta em reabilitação assistida por robôs e aumento da mobilidade.
Zachary F. Lerner
A pesquisa resultou em milhões de dólares em financiamento e lançou uma empresa derivada que levou ao mercado um dispositivo robótico para o tornozelo. Lerner e seus alunos também receberam nove patentes relacionadas ao desenvolvimento desses exoesqueletos.
Segundo o site do OpenExo, o objetivo é que esse projeto acelere rapidamente o desenvolvimento e os testes de novos designs de exoesqueletos e esquemas de controle para aplicações no mundo real e em ambientes clínicos.
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