A Google terá que renegociar anualmente os contratos com parceiras para que serviços da empresa sejam o padrão de uma plataforma. Quem determinou isso foi o juiz Amit Mehta, que cuida do caso envolvendo as acusações de monopólio contra a companhia.
A boa notícia para a empresa é que ela ainda poderá manter os contratos atuais — que incluem pagamentos altos para empresas como Apple e Samsung — para que o buscador ou o chatbot de inteligência artificial (IA) Gemini sejam o padrão de aparelhos e softwares.
Só em 2021, a companhia investiu US$ 26,3 bilhões (ou cerca de R$ 131 bilhões) para ser o buscador padrão do iPhone, da Samsung e do navegador Firefox, entre outros aliados.
No julgamento, havia a chance de que o juiz Mecha proibisse a formalização de acordos de padronização. Porém, a alternativa de renegociação atual agrada o Departamento de Justiça, que fez a acusação original e propôs esse mesmo limite.
Com a nova decisão, em todos os anos a Google agora precisa passar pela discussão de renovação contratual com as aliadas — o que pode aumentar as chances de renegociação de valores ou até abrir espaço para que outras companhias disputem a posição. Outros chatbots de IA focados em busca estão especialmente interessados nesse mercado.
A Google ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão, mas já confirmou que vai decorrer do posicionamento atual do juiz.
O julgamento contra a Google nos EUA
- A ação do Departamento de Justiça dos EUA contra a Google foi aberta ainda em 2020. O órgão público acusou a empresa de ser um monopólio no mercado de buscas por manter práticas anticompetitivas e predatórias de mercado;
- Em agosto de 2024, após vários depoimentos e debates, o juiz Mehta concluiu que a Google de fato constituía monopólio e precisava rever algumas práticas;
- Uma das possíveis punições mais radicais envolvia a venda de algumas divisões importantes e que estavam diretamente relacionadas com essas acusações — em especial o navegador Google Chrome, que chegou até a receber ofertas informais de aquisição;
- Em setembro deste ano, a decisão sobre a punição foi divulgada e não foi a pior possível para a marca: ela não teria que se desfazer de divisões, mas foi obrigada a compartilhar dados de busca e mercado com as concorrentes;
- Na determinação, o juiz chegou a proibir a formação de acordos de padronização do buscador e do chatbot de IA com parceiras, mas essa decisão foi agora alterada;
- A Google ainda vai encarar outro processo parecido nos EUA: ela também foi considerada monopólio no setor de anúncios e pode ter que alterar certos serviços e o funcionamento de plataformas internas de publicidade.
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