O Google adiou para março de 2026 o fim do suporte ao Google Assistente na maior parte dos dispositivos móveis. A mudança empurra para frente a aposentadoria de um dos produtos mais marcantes da empresa. E dá fôlego para o empurrão em usuários rumo ao Gemini, novo assistente da empresa, baseado em inteligência artificial (IA) generativa.
A nova data apareceu num aviso na central de ajuda do Android Auto. Lançado em 2016 e presente em bilhões de interações diárias, o “Ok, Google” será substituído pelo Gemini em celulares, tablets e demais tipos de dispositivo compatíveis com o recurso.
A troca marca o fim de quase uma década de um recurso central do Google. E o início de uma fase na qual o assistente de voz será, de fato, comandado por IA.
Google define data final do Assistente e empurra usuários para o Gemini
O Google oficializou que o Assistente seguirá funcionando em dispositivos móveis “até março de 2026”. Depois disso, a maioria dos aparelhos perderá acesso ao assistente clássico, que também deixará de ser disponibilizado para novos downloads.
A empresa já vinha preparando essa mudança desde 2023, mas agora adiciona um prazo claro. E um empurrão definitivo rumo ao Gemini.
(Imagem: OpturaDesign/Shutterstock)
Nos smartphones recém-lançados, a transição já começou. O Gemini têm assumido o posto de assistente padrão, ocupando exatamente o lugar do “Ok, Google”. O mesmo vale para tablets, carros com Android Auto e dispositivos que dependem do celular para responder a comandos, como fones, relógios e óculos inteligentes. Segundo o Google, todo o ecossistema móvel “se movimentará para o Gemini”.
O movimento inclui uma mudança explícita de marca. Elementos antes associados ao Assistente estão sendo renomeados, como o menu “Hey Google & Voice Match”, que agora aparece como “Talk to Gemini hands-free”.
A ideia é enterrar progressivamente o nome “Google Assistente” enquanto o Gemini assume o lugar, visualmente e como experiência.
Nem todos serão obrigados a migrar imediatamente. Dispositivos que não atendem aos requisitos mínimos para rodar o Gemini, como aparelhos com Android 9 ou anterior e com menos de 2 GB de RAM, continuarão com o Assistente ativo.
Para usar o Gemini, o Google exige ao menos Android 10, iOS 16 ou superior e 2 GB de RAM (Android Go fica de fora).
Gemini promete IA mais avançada, mas ainda falha em tarefas básicas
Na prática, o Google vai trocar de vez um assistente de voz focado em comandos diretos por um sistema conversacional com IA generativa.
O Gemini é descrito como um salto gigante em capacidade. Isso porque a IA:
- Conversa com naturalidade em mensagens de texto;
- Entende contexto;
- Lida com linguagem complexa;
- Executar tarefas difíceis, como análises profundas (Deep Research) e conversas multimodais em tempo real com o Gemini Live.
Assim, a proposta é entregar um tipo de ajuda que o Google Assistente nunca conseguiu oferecer.
O problema é que o Gemini ainda tropeçava no básico até não muito tempo atrás. Embora seja mais inteligente no geral, ele patinava em áreas nas quais o Assistente era quase impecável, apontou o Ars Technica (em março).
Além disso, o modelo pode inventar informações, o que obriga o usuário a desconfiar e checar respostas. Isso não fazia parte do uso cotidiano do Assistente. Outro detalhe importante: o Gemini pode demorar mais para responder em contextos específicos, por ser mais pesado e complexo.
A transição também deixa funcionalidades pelo caminho. Recursos populares como leitura e gerenciamento de receitas e alarmes de mídia foram removidos ou ainda não têm substituto direto. Algumas experiências podem ser aproximadas com o Google Tradutor ou com rotinas complexas. O ponto é: a simplicidade se perde.
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Mesmo assim, o Google afirma que o Gemini “entenderá os mesmos comandos que o Assistente” e permitirá conversas mais naturais, sem frases rígidas.
A empresa diz investir pesado para adaptar o sistema a ambientes domésticos, onde o que importa não é apenas entender linguagem complexa, mas responder rápido e sem erro a pedidos simples, como “apagar a luz” ou “lembrar do remédio às 8h”.
O desafio agora é provar que uma IA generativa consegue ser boa não só em conversar, mas em obedecer.
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