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Adoçante pode danificar defesas do cérebro, revela estudo

by Fesouza
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O adoçante tem sido amplamente utilizado como um substituto do açúcar. No entanto, o uso em excesso do produto pode prejudicar uma das barreiras protetoras mais importantes do nosso organismo, causando problemas graves para a saúde do coração e até risco de derrame.

Encontrado em barras de proteína e bebidas energéticas, o eritritol pode danificar as células da barreira hematoencefálica, um sistema de segurança do cérebro que impede a entrada de substâncias nocivas. O alerta foi feito em um estudo publicado no Journal of Applied Physiology.

adoçante
Ação do eritritol, substância presente no adoçante, preocupa os cientistas (Imagem: vvoe/Shutterstock)

Defesas antioxidantes naturais do corpo foram enfraquecidas

  • No trabalho, pesquisadores expuseram as células da barreira hematoencefálica a níveis de eritritol normalmente encontrados em refrigerantes.
  • Eles observaram uma reação em cadeia de danos celulares que poderia tornar o cérebro mais vulnerável a coágulos sanguíneos, uma das principais causas de derrame.
  • Segundo a equipe, a substância desencadeou um estresse oxidativo, inundando as células com moléculas nocivas e altamente reativas conhecidas como radicais livres.
  • Ao mesmo tempo, reduziu as defesas antioxidantes naturais do corpo.
  • Esse ataque duplo danificou a capacidade das células de funcionar adequadamente e, em alguns casos, as matou completamente.

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Eritritol prejudica regulação do fluxo sanguíneo

Em artigo publicado no portal The Conversation, o professor Havovi Chichger, da Universidade de Anglia Ruskin, no Reino Unido, destaca que o mais preocupante foi o efeito do eritritol na capacidade de regular o fluxo sanguíneo. Ele explica que os vasos sanguíneos alargam-se quando os órgãos precisam de mais sangue e encolhem-se quando uma quantidade menor é necessária. Isso é possível graças a duas moléculas-chave: óxido nítrico, que relaxa os vasos sanguíneos, e endotelina-1, que os contrai.

O estudo descobriu que o eritritol interrompeu esse sistema, reduzindo a produção de óxido nítrico enquanto aumentava a endotelina-1. O resultado seriam vasos sanguíneos que permanecem perigosamente contraídos, potencialmente privando o cérebro de oxigênio e nutrientes. Esse desequilíbrio é um sinal de alerta conhecido de acidente vascular cerebral isquêmico.

Derrame/AVC
Estudo apontou que o consumo da substância aumenta o risco de derrame (Imagem: metamorworks/Shutterstock)

As descobertas do laboratório se alinham com evidências preocupantes de estudos em humanos. Vários estudos observacionais em larga escala descobriram que as pessoas que consomem eritritol regularmente enfrentam riscos significativamente maiores de doenças cardiovasculares, incluindo ataques cardíacos e derrames. Um grande estudo que acompanhou milhares de participantes descobriu que aqueles com os níveis sanguíneos mais altos de eritritol tinham aproximadamente duas vezes mais chances de sofrer um grande evento cardíaco.

Havovi Chichger, professor da Universidade de Anglia Ruskin

O especialista observa que órgãos reguladores, incluindo a Agência Europeia de Padrões Alimentares e a Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, aprovaram o eritritol como seguro para consumo. No entanto, a nova pesquisa se soma a um crescente corpo de evidências sugerindo que mesmo alternativas “naturais” ao açúcar podem trazer riscos inesperados à saúde.

Adoçante pode danificar defesas do cérebro, revela estudo
Sistema de segurança do cérebro é afetado pela substância (Imagem: Edit 4 Me/Shutterstock)

Para os consumidores, as descobertas levantam questões difíceis sobre as compensações envolvidas na substituição do açúcar. Adoçantes como o eritritol podem ser ferramentas valiosas para o controle de peso e prevenção do diabetes, ajudando as pessoas a reduzir calorias e controlar os picos de açúcar no sangue. Mas se o consumo regular enfraquecer potencialmente as barreiras protetoras do cérebro e aumentar o risco cardiovascular, os benefícios podem ter um custo significativo.

Havovi Chichger, professor da Universidade de Anglia Ruskin

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