Pesquisas apontam que a natureza “hiperpersonalizada” dos chatbots de inteligência artificial está atraindo cada vez mais meninos adolescentes, que os veem não apenas como ferramentas tecnológicas, mas como amigos, confidentes e até namoradas virtuais, conforme revela o The Guardian.
Um levantamento realizado pela Male Allies UK, com alunos de 37 escolas no Reino Unido, mostrou que mais de um terço dos entrevistados consideraria ter um amigo virtual — e mais da metade (53%) afirmou achar o mundo online mais gratificante que o real.

Amizade e apoio emocional digital
- Segundo o fundador da organização, Lee Chambers, muitos jovens enxergam esses bots como “assistentes no bolso”, que oferecem validação imediata e apoio emocional.
- “Eles dizem: ‘isso me entende, meus pais não’”, explica Chambers.
- A pesquisa também destaca que vários adolescentes passam madrugadas inteiras conversando com chatbots, e alguns demonstram mudanças comportamentais significativas após se envolverem com essas plataformas.
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Empresas sob pressão e riscos crescentes
A startup Character.ai, conhecida por permitir conversas românticas e terapêuticas com bots, anunciou uma proibição total de acesso a adolescentes, após uma série de casos trágicos e processos judiciais envolvendo jovens manipulados por IA.
A decisão foi elogiada por organizações de segurança infantil, mas especialistas alertam para o aumento de chatbots que se passam por terapeutas ou “namoradas” virtuais.
Segundo o relatório A Voz dos Meninos, esses sistemas podem distorcer a noção de relacionamentos saudáveis: “Se o único contato com uma garota é alguém que nunca diz ‘não’, os meninos não aprendem a lidar com limites reais”, conclui o documento.

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