Afinal, a bateria dos carros elétricos ‘vicia’? Precisa carregar todos os dias?

Uma dica para desacelerar a degradação da bateria do celular é evitar deixar que a carga fica abaixo dos 20% e não carregar sempre até os 100%. Já tratamos sobre o assunto aqui. Será que a norma também vale para os carros elétricos? 

De início, é preciso considerar que as baterias (tanto do celular como dos carros) são de íons de lítio. Sendo assim, sua vida útil é medida por ciclo (um ciclo corresponde a uma carga completa, ou seja, de 0 a 100%.). Logo, esse mito de que a bateria vicia não procede.

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O que acontece é que cada bateria tem um limite de ciclos, que, dependendo do uso, podem gerar desgaste mais cedo. A boa notícia é que os veículos elétricos modernos já saem de fábrica com um sistema de gerenciamento que cuida para que as recargas não sobrecarreguem as baterias, diminuindo o grau de desgaste do componente.

Sem contar que alguns modelos também possuem regeneração de energia nos freios, o que significa que o carro naturalmente gera uma reserva de energia enquanto está em uso, diminuindo o tempo parado na tomada nas estações de carga.

Quando tempo dura a bateria de um veículo elétrico?

Não há uma resposta exata para essa pergunta. Algumas fabricantes oferecem garantia de 8 anos para as baterias (ou uma certo número de rodagem, como 140 mil km, por exemplo).

Segundo uma pesquisa da Geotab que considerou 6,3 mil veículos elétricos, as baterias perdem cerca de 2,3% da sua capacidade máxima por ano, ou seja, elas podem durar em tese até mais de 40 anos de uso, ultrapassando com folga a durabilidade de um carro a gasolina.

Imagem: Chesky/Shutterstock

O que interfere nisso, além da rotina de uso e recarga, é o tipo de refrigeração usado pelas montadoras, já que o calor é outro vilão que interfere na vida útil das baterias.

Já notou que o seu celular fica mais quente enquanto carrega? As baterias de lítio esquentam enquanto recebem energia. Entretanto, em temperaturas altas demais, a dificuldade para dissipar o calor aumenta.

Um exemplo prático foi a comparação de dois modelos: um Tesla Model S e um Nissan Leaf, ambos fabricados em 2015. A Tesla utiliza m sistema de refrigeração líquida nos seus carros, o que resultou em um desgaste de 2,3% ao ano, dentro da média do estudo. 

Já o Leaf, com arrefecimento a ar, perder 4,2% de capacidade, quase o dobro. No papel, o resultado diminui a durabilidade do componente pela metade no carro da Nissan se comparado ao veículo da Tesla.

Tesla Model S carregando em uma estação Supercharger. Imagem: AuKirk/Shutterstock

No fim, essa degradação não acontece sempre no mesmo ritmo, conclui o estudo. Novamente, assim como nos smartphones, um aparelho pode ficar alguns anos com pouca redução na saúde da bateria. Com o tempo, mesmo com todas as precauções, ocorre uma queda maior, o que acaba comprometendo o uso do aparelho. O mesmo acontece nos carros elétricos, só que num ritmo muito mais lento. 

Algo que pode preocupar no Brasil é justamente o uso em temperaturas mais altas. É comum que algumas cidades ultrapassem os 40 graus Celsius no verão. Na prática, esse ritmo de degradação tende a ser maior no Rio de Janeiro, por exemplo, do que em regiões com clima mais ameno.

Precisa carregar o carro diariamente?

Não. Uma maneira simples de calcular como será a sua rotina de carregamento é calculando. Vamos usar como exemplo um dos modelos elétrico menos caro do Brasil atualmente, o Renault Kwid E-Tech, que sai por R$ 147 mil.

Sua autonomia máxima, segundo a fabricante francesa, é de 298 km. Se o motorista percorre 60 km por dia, não é preciso carregar o veículo todos os dias. Dá para roda tranquilamente por quatro dias (ainda com uma margem para o quinto dia).

Por precaução, o dono pode plugar o carro no carregador a cada três por períodos mais curtos, por exemplo.

Tipos de carregador

Imagem: Smile Fight/Shutterstock

O dono de um carro elétrico pode “reabastecer” o veículo de três maneiras. O veículo vem de fábrica com um cabo que pode ser plugado em tomadas de 20 amperes (aquela com entradas maiores) de 110 V ou 220 V.

Esse é o tipo de recarga mais demorado. Segundo a Renault, o Kwid elétrico precisa de 9 horas na tomada para carregar de 15% a 80%, por exemplo. Dependendo do modelo, essa média pode chegar a 20 horas.

Outra opção é o carregador residencial (ou Wallbox), que pode ser até três vezes mais veloz que a tomada. Muitas montadoras já oferecem o dispositivo junto com o carro, no entanto, é preciso contratar empresas especializadas para fazer a instalação na sua casa. Voltando ao Kwid, o carro precisa de três horas para subir de 15% a 80% de carga em um carregador Wallbox.

No fim, os carregadores rápidos (DC) são os mais populares do momento nos postos de carregamento, especialmente no exterior. A promessa é recuperar 80% de carga em menos de uma hora, o que no Kwid leva cerca de 40 minutos, diz a fabricante.

Carro elétrico dá choque?

A última dúvida é mais uma curiosidade. A resposta é não! Um carro elétrico pode até ser carregado na chuva sem problemas. O sistema de baterias é vedado de fábrica.

Além de à prova de líquidos, os carros contam com um recurso de segurança que corta a corrente em caso de batida ou de detecção de infiltrações.

Imagem principal: Southworks/Shutterstock

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