Já imaginou sentir muita coceira, dor ou até inchaço após comer uma carne vermelha, precisando até mesmo de atendimento médico urgente? É exatamente isso o que acontece com quem sofre com uma reação alérgica chamada síndrome alfa-gal.
Embora pareça ser causada por uma intoxicação alimentar, ela é provocada pela picada de um carrapato. O mais impressionante é que o contato o aracnídeo normalmente acontece de um a três meses antes das primeiras reações.
Alergia pode, inclusive, levar à morte
- A síndrome é, na verdade, uma alergia a uma molécula de açúcar chamada alfa-gal.
- Ela é encontrada principalmente em carnes vermelhas, além de laticínios, e não é produzida pelo organismo humano.
- Quando uma pessoa é picada por um carrapato, uma grande quantidade destas moléculas entra em nossa corrente sanguínea.
- Este cenário faz com que o nosso sistema imunológico gere anticorpos contra a alfa-gal.
- A alergia produz sintomas que variam de urticária ou inchaço a dor abdominal, náusea ou até choque anafilático, podendo causar a morte.
- A melhor foram de tratamento é evitar o consumo de alimentos considerados sensíveis por alguns anos.
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Falta de conhecimento dificulta diagnóstico
Em artigo publicado no portal The Conversation, a professora Lee Rafuse Haines, da Universidade de Notre Dame, explica que, vários anos atrás, acreditava-se que a síndrome alfa-gal estava limitada principalmente ao sudeste dos Estados Unidos. Isso acontecia devido à distribuição geográfica do carrapato estrela solitária. No entanto, alguns estudos já identificaram que outras espécies deste animal, espalhadas por todos os continentes, também são capazes de causar a síndrome alfa-gal.
Esses carrapatos se escondem em quintais e parques urbanos, bem como em florestas onde podem se agarrar furtivamente aos caminhantes quando tocam na vegetação infestada de carrapatos. À medida que as populações de carrapatos crescem com o crescimento das populações de veados e humanos, o número de pessoas com síndrome alfa-gal está aumentando.
Lee Rafuse Haines, professora da Universidade de Notre Dame
Essa descoberta colocou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta. Nos Estados Unidos, por exemplo, cerca de 450 mil pessoas sofrem com a alergia. As infecções no restante do mundo, no entanto, são subnotificados. Uma das causas disso é a falta de conhecimento sobre a alergia.
Um estudo em 2022 descobriu que 42% dos profissionais de saúde dos EUA nunca ouviram falar da síndrome alfa-gal. Uma década atrás, as pessoas com síndrome alfa-gal podiam passar anos antes que a causa de seus sintomas fosse diagnosticada com precisão. Hoje, o diagnóstico é mais rápido em áreas onde os médicos estão familiarizados com a síndrome, mas em muitas partes do país ainda pode levar tempo e várias consultas médicas.
Lee Rafuse Haines, professora da Universidade de Notre Dame
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