Alerta: produção automotiva no Brasil corre risco de parar devido à escassez de semicondutores

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) fez um alerta ao governo federal: a produção automotiva no Brasil corre risco de parar devido à escassez de semicondutores. Isso pode acontecer dentro de semanas.

A associação, que representa as montadoras, pede que o governo tome medidas para impedir o desabastecimento dos componentes eletrônicos.

Escassez de semicondutores pode colocar produção de carros em risco (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Anfavea fez um alerta para a paralisação na produção

A Anfavea demonstrou preocupação com o risco de escassez de semicondutores, um cenário de crise semelhante ao que aconteceu na pandemia. Na época, montadoras tiveram que paralisar a produção por falta dos componentes.

Isso porque um único veículo moderna usa, em média, de 1 mil a 3 mil chips. As tecnologias são essenciais em várias partes dos modelos, desde os freios ABS e airbags até injeção eletrônica, controle de motor e sensores.

Em nota, a associação alertou que a escassez pode afetar as operações das montadoras brasileiras “em questão de semanas” e pediu que o governo federal adote medidas para impedir o desabastecimento.

O Olhar Digital entrou em contato com a Anfavea e com o Ministério da Indústria para mais detalhes sobre a situação.

Crise tem a ver com a Nexperia, fabricante de semicondutores holandesa com forte conexão com a China (Imagem: T. Schneider/Shutterstock)

Escassez de semicondutores devido a disputas políticas

A crise deste ano tem a ver com disputas políticas envolvendo a Nexperia, fabricante de semicondutores holandesa que era subsidiária da chinesa Wingtech Technology. Inclusive, parte da cadeia de produção fica na China.

O trabalho da fabricante é essencial para manter o funcionamento das cadeias de suprimentos em toda a zona do euro, incluindo no setor de carros.

Conforme reportado pelo Olhar Digital, há pouco mais de uma semana, o governo holandês assumiu o controle da empresa para “garantir que um suprimento suficiente de seus chips permaneça disponível na Europa”. O objetivo é evitar que os semicondutores da Nexperia ficassem indisponíveis para os europeus em caso de uma emergência.

Em comunicado, o Ministério da Economia holandês explicou que a medida foi “altamente excepcional” e tomada devido aos “sinais recentes e agudos de graves deficiências e ações de governança” por parte da empresa chinesa.

A China reagiu. Pequim bloqueou a comunicação entre a Nexperia e a fábrica chinesa, restringindo a exportação dos componentes eletrônicos. Este cenário minou o acesso das montadoras europeias aos semicondutores e corre risco de paralisar a produção por lá. Volkswagen e Stellantis podem ser algumas das afetadas caso a situação não se resolve rapidamente (veja os detalhes aqui).

Agora, o alerta se estende ao Brasil. O Olhar Digital entrou em contato com as empresas para entender se há risco por aqui.

Disputa política na Nexperia acende alerta para a produção no mundo (Imagem: SweetBunFactory / iStock)

Unidade chinesa da Nexperia retomou vendas

  • De acordo com a agência de notícias Reuters, a unidade chinesa da Nexperia retomou a produção e distribuição para fornecedores locais;
  • No entanto, agora todas as vendas serão na moeda chinesa, o yuan, em vez de moedas estrangeiras, como acontecia antes;
  • A unidade chinesa também instruiu as compradoras a vender os semicondutores apenas em yuans, de forma a estabelecer uma operação independente da unidade da Nexperia na Holanda;
  • Por outro lado, a unidade holandesa estaria procurando parcerias fora da China e alertou os consumidores de que não garante a qualidade da produção na subsidiária chinesa.

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