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Alimentos ultraprocessados ou comida de verdade: qual faz você perder mais peso?

by Fesouza
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Alimentos ultraprocessados tem presença significativa na dieta do brasileiro. Um boletim informativo divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal mostra que 83% dos adolescentes monitorados consumiram alimentos ultraprocessados, enquanto 68% consumiram bebidas adoçadas. Além disso, o documento destaca que o percentual de crianças e adolescentes com excesso de peso está crescendo.

Os dados vão de encontro com às descobertas feitas por pesquisadores dos Estados Unidos e Reino Unido que analisaram informações de 50 pessoas em ocasiões diferentes, todas com IMC médio de 32, indicando obesidade. As dietas, segundo o estudo, eram semelhantes, com a mesma quantidade de gordura, inclusive saturadas, carboidratos, fibras, sal, frutas e vegetais.

Alimentação saudável é aliada no tratamento de intolerância à lactose
Alimentação saudável é aliada da perda de peso. Crédito: Viktoria Slowikowska / Shutterstock

Para entender o impacto dos alimentos ultraprocessados, uma das dietas foi planejada utilizando apenas produtos ultraprocessados (UPF), enquanto a outra se concentrou em alimentos minimamente processados (MPF).

Segundo jornal the Guardian, esses são exemplos de como as dietas se comparam no estudo:

Minimamente processado

  • Café da manhã: Aveia noturna com canela e maçã
  • Almoço: Frango mexicano com salada e pão sírio
  • Jantar: Torta de carne moída caseira com vagem e milho

Ultraprocessado

  • Café da manhã: Barra de aveia e frutas para o café da manhã
  • Almoço: Wrap de frango tikka embalado com molho especial
  • Jantar: Torta de carne moída pronta com verduras e milho

Alimentos minimamente processados contribuem para uma maior perda de peso

A principal diferença entre as dietas é o tipo de alimentos que cada uma continha. A dieta UPF, por exemplo, incluía barras de aveia no café da manhã e refeições prontas, enquanto a MPF trazia espaguete à bolonhesa feito em casa e café da manhã baseado em mingau de aveia adormecida.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que ambas as dietas ajudam a perder peso, mas a dieta MPF resultou em uma perda duas vezes maior que a dieta baseada em alimentos ultraprocessados. Além disso, os participantes também relataram uma perda maior de gordura corporal não saudável e melhor controle sobre desejos por alimentos não saudáveis.

Diversos alimentos em uma mesa
Alimentos saudáveis contribuíram para uma perda de peso duas vezes maior que alimentos ultraprocessados. Crédito: Tatjana Baibakova/Shutterstock

Pesquisas anteriores associaram alimentos ultraprocessados a impactos negativos para a saúde. Mas nem todos esses alimentos são inerentemente não saudáveis com base em seu perfil nutricional. O objetivo deste estudo foi preencher lacunas cruciais em nosso conhecimento sobre o papel do processamento de alimentos e como eles afetam o peso, pressão arterial e composição corporal, bem como fatores com desejos por comida.

Samuel Dicken, Cientista Clínico da University College London (UCL), ao site Science Alert.

Faltam evidências sobre como os alimentos ultraprocessados atuam no corpo

O estudo foi elaborado para analisar a falta de evidências sobre o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde das pessoas. O resultado mostrou que escolher alimentos saudáveis, minimamente processados, e cozinhar sua comida ao máximo, no lugar de comprar alimentos prontos, pode ser mais eficaz na perda de peso.

Criança comendo hambúrguer e fritas
Obesidade entre crianças e adolescentes cresce rapidamente no Brasil e no mundo. Crédito: iStock

No entanto, como dissemos, as duas dietas contribuíram para que os participantes perdessem peso. Na dieta MPF a perda foi de 2%, enquanto a UPF alcançou 1% entre os voluntários.

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Para justificar a pequena perda de peso apresentada nos dois casos, os pesquisadores citaram o tempo curto do estudo, de apenas 8 semanas para cada dieta e um intervalo de quatro semanas entre elas.

Embora uma redução de 2% possa não parecer muito grande, isso ocorre apenas em 8 semanas e sem que as pessoas tentem reduzir ativamente sua ingestão. Se ampliarmos esses resultados ao longo de um ano, esperaríamos ver uma redução de 13% em homens e 9% em mulheres com uma dieta minimamente processada, mas apenas uma redução de peso de 4% em homens e 5% em mulheres após a dieta ultraprocessada.

Samuel Dicken, Cientista Clínico da University College London (UCL).

Com o crescimento da obesidade levando a diversos problemas de saúde, principalmente relacionados à disponibilidade de tempo para a preparação de alimentos saudáveis, o estudo demonstrou o impacto do processamento das refeições nos resultados de saúde.

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