Como já comentamos aqui no Olhar Digital, a Anthropic aposta em uma estratégia diferente da OpenAI para se destacar no mercado — e está conseguindo. A empresa pode alcançar o lucro muito antes da rival, segundo matéria do The Wall Street Journal, justamente por ter uma abordagem voltada para clientes corporativos, enquanto a OpenAI investe pesado em infraestrutura e novos produtos.
Além disso, enquanto a OpenAI planeja expandir seus negócios com altos gastos em data centers e chips, a Anthropic mantém seus custos alinhados à receita, o que promete tornar seu futuro mais sustentável.
Estratégias diferentes, objetivos ambiciosos
Documentos obtidos pelo WSJ mostram que a Anthropic, famosa pelo chatbot Claude, pretende alcançar o ponto de equilíbrio já em 2028. Em contrapartida, a OpenAI projeta perdas operacionais de cerca de US$ 74 bilhões (aproximadamente R$ 392 bilhões) no mesmo ano, devido ao investimento massivo em infraestrutura e tecnologia.
Segundo os relatórios, a OpenAI planeja gastar 14 vezes mais que a Anthropic antes de obter lucro em 2030, apostando em um crescimento agressivo que inclui novos aplicativos de vídeo, hardware para consumidores e recursos de comércio eletrônico e publicidade.
A demanda por IA excede a oferta computacional disponível. Cada dólar que investimos em infraestrutura de IA é destinado a atender milhões de usuários, empresas e desenvolvedores que dependem do ChatGPT.
Porta-voz da OpenAI ao WSJ
Foco em clientes corporativos
A Anthropic adotou uma abordagem mais cautelosa, priorizando vendas para empresas, que hoje representam cerca de 80% da sua receita. Essa estratégia evita incursões caras em imagens e vídeos, reduzindo o consumo de caixa. Entre os principais pontos, é possível destacar:
- Crescimento alinhado à receita, evitando gastos excessivos;
- Popularidade crescente entre programadores;
- Evita investimentos massivos em produtos de alto custo computacional;
- Valor de mercado atual: US$ 183 bilhões (aprox. R$ 970 bilhões).
OpenAI: riscos e investimentos gigantes
A OpenAI, por outro lado, busca se tornar uma gigante multitrilionária. Para isso, fechou contratos de até US$ 1,4 trilhão (aprox. R$ 7,4 trilhões) em investimentos em nuvem e chips para os próximos oito anos. A empresa ainda planeja lançar dispositivos de hardware e explorar novas verticais de mercado.
“Acreditamos que o risco de não ter poder computacional suficiente é mais significativo do que o de ter capacidade excedente”, disse Sam Altman, CEO da OpenAI, no X. A diretora financeira Sarah Friar complementou que, apesar do grande consumo de caixa, a empresa mantém margens saudáveis e poderia atingir o ponto de equilíbrio se necessário.
Quem leva vantagem no futuro da IA?
Enquanto a Anthropic foca em sustentabilidade e eficiência, a OpenAI aposta na inovação e expansão agressiva. Investidores e empresas de tecnologia do Vale do Silício estão atentos, já que o desempenho de ambas pode influenciar a maior oferta pública inicial (IPO) da história do setor.
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As projeções indicam que, em 2027, a Anthropic reduzirá seu consumo de caixa para apenas 9% da receita, enquanto a OpenAI seguirá em torno de 57%, mostrando o contraste claro entre uma estratégia conservadora e uma audaciosa.
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