A insônia é caracterizada pela dificuldade de iniciar ou manter o sono, além de acordar de forma precoce. Quando isso ocorre pelo menos três vezes por semana, por três meses consecutivos, configura-se um distúrbio crônico, prejudicando a qualidade de vida de forma geral.
No Brasil, uma pesquisa revelou que 45% da população enfrenta o problema, sendo 15% na forma crônica. Um cenário que pode ser revertido a partir de um novo medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Medicamento apresenta maior nível de eficácia
A autoridade brasileira liberou o uso do lemborexante, comercializado como Dayvigo pela farmacêutica japonesa Eisai. Ele apresenta um mecanismo de ação diferente dos usados em drogas já disponíveis no país, que têm alto risco de dependência.
Enquanto os medicamentos atualmente utilizados, especialmente zolpidem, zopiclona e eszopiclona, atuam como indutores do sono, o novo fármaco bloqueia o mecanismo que mantém a pessoa acordada. Um estudo da Universidade de Oxford, feito em 2022, apontou que o lemborexante apresenta os melhores resultados em critérios de eficácia e tolerabilidade (desistência por efeitos colaterais).
O preço do produto ainda será definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Nos Estados Unidos, onde a droga é vendida desde 2019, o tratamento mensal custa, em média, US$ 300 (cerca de R$ 1.600).
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Menor risco de dependência
- Em entrevista à Folha de São Paulo, Lucio Huebra, neurologista e membro da Academia Brasileira do Sono, explicou que hoje se usam três classes de medicamentos para regular os hormônios que induzem o sono.
- São eles os agonistas benzodiazepínicos, ou drogas-Z (zolpidem, zoplicone e eszopiclone), os antidepressivos sedativos (doxepina, trazodona e mirtazapina) e os agonistas do receptor da melatonina (ramelteon).
- O lemborexanto pertence a outra categoria, a dos antagonistas dos receptores de orexina, hormônio que mantém o estado de alerta.
- Essa medicação bloqueia a ação da orexina, impedindo a sinalização para manter o indivíduo acordado”, afirma o especialista.
- Por não atuar sobre o neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), o fármaco tem menor potencial de dependência, tolerância e abstinência.
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