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Apenas 47% das estradas brasileiras têm 4G; Anatel quer ampliar cobertura

by Fesouza
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A conectividade nas estradas brasileiras ainda está longe de atender às necessidades de motoristas, transportadoras e empresas que dependem de comunicação contínua.

Dados atualizados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que apenas 47% dos 445 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais possuem cobertura 4G de ao menos uma operadora. No caso do 5G, a situação é ainda mais limitada: menos de 12% das vias contam com o serviço. As informações são do jornal O Globo.

Enquanto países, como Estados Unidos e México, já têm 90% de suas rodovias conectadas, e a China atinge 80%, o Brasil segue avançando em ritmo lento. Na Europa, há planos para atingir 100% de cobertura nos próximos anos, como é o caso da França.

Novas regras e metas em discussão

Para tentar reduzir essa defasagem, a Anatel e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) estão revisando modelos regulatórios e preparando novas exigências.

A agência estuda incluir no próximo leilão de frequências móveis a obrigatoriedade de cobertura em trechos prioritários das rodovias federais. Se o plano avançar, operadoras vencedoras terão até três anos para garantir 100% de cobertura 4G em vias estratégicas, como a BR-101, que ainda possui cerca de mil quilômetros sem sinal.

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Se o plano avançar, operadoras vencedoras terão até três anos para garantir 100% de cobertura 4G em vias estratégicas (Imagem: Marcos Assis/iStock)

A proposta marca uma segunda tentativa de impor metas de cobertura nas estradas, após a devolução de uma licença por inviabilidade operacional em 2021. Segundo a Anatel, operadoras regionais já demonstraram interesse em participar do novo modelo.

Outra frente em análise é a implementação do roaming obrigatório entre operadoras nas rodovias. Isso permitiria que o motorista permaneça conectado mesmo fora da área de cobertura de seu plano, utilizando automaticamente a rede de outra empresa — medida que deve entrar em vigor até meados do próximo ano.

Concessões impulsionam expansão da rede

Desde 2018, a conectividade passou a ser uma obrigação contratual nas novas concessões de rodovias, substituindo antigas cabines de emergência. A ANTT estima ter 31 contratos ativos que somam 16,1 mil quilômetros de vias concedidas e prevê alcançar 25 mil quilômetros até 2030.

As concessionárias, por sua vez, têm buscado parcerias com operadoras para levar conexão às rodovias. A EcoRodovias, por exemplo, já investiu R$ 130 milhões em 4G e deve destinar mais R$ 50 milhões. Via Dutra e Rio-Santos são alguns dos trechos que já contam com cobertura total.

Apenas 47% das estradas brasileiras têm 4G; Anatel quer ampliar cobertura
Concessionárias têm buscado parcerias com operadoras para levar conexão às rodovias (Imagem: The Bastos/Shutterstock)

A TIM, que atualmente possui a maior rede móvel em estradas, planeja ampliar sua infraestrutura de 7,6 mil para dez mil quilômetros ainda este ano. Já a Vivo investe em projetos, como o da BR-163, no Mato Grosso, levando cobertura a 850 quilômetros de uma rota estratégica para o agronegócio. A Claro também está expandindo sua presença, com mais de 500 intervenções previstas principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

A conectividade abre espaço para novos serviços nas rodovias, como monitoramento por câmeras, sistemas de iluminação inteligente e aplicativos de emergência com envio automático de localização.

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Desafios e perspectivas para o futuro

Especialistas apontam que ainda não há uma previsão realista para que o Brasil alcance 100% de cobertura móvel nas estradas, mas reforçam que mudanças regulatórias e investimento contínuo serão essenciais para avançar. Entre os principais desafios, estão:

  • Altos custos de infraestrutura em regiões remotas;
  • Contratos antigos que não obrigam conectividade;
  • Baixa atratividade financeira para operadoras;
  • Dificuldade técnica de manter redes estáveis ao longo de longas distâncias.
Engarrafamento com uma fileira de carros em uma rodovia
Especialistas afirmam que ainda não existe uma estimativa concreta de quando o Brasil terá cobertura móvel total em todas as estradas (Imagem: CC7/Shutterstock)

Apesar disso, o avanço das concessões e os novos planos da Anatel indicam que a expansão da cobertura móvel deve acelerar nos próximos anos, aproximando o país de padrões internacionais de conectividade rodoviária.

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