Home Variedade Apenas excluir um arquivo não é seguro! Entenda por que seus dados ainda podem ser acessados

Apenas excluir um arquivo não é seguro! Entenda por que seus dados ainda podem ser acessados

by Fesouza
6 minutes read

Excluir um arquivo parece uma tarefa simples: clicar, arrastar para a lixeira e depois esvaziá-la. Mas, por trás desse processo trivial, existe uma série de mecanismos de armazenamento e gerenciamento de dados que determinam o destino real dos arquivos apagados.

Neste artigo, vamos entender como a exclusão funciona e para onde vão os dados apagados.

O que acontece quando se exclui um arquivo?

Tecla Delete via Ujesh Krishnan/Unsplash
Tecla Delete via Ujesh Krishnan/Unsplash

Quando você exclui um arquivo do computador ou celular, o sistema operacional não apaga imediatamente os dados armazenados no disco. O que acontece, na verdade, é uma alteração na estrutura de indexação do dispositivo. 

Cada arquivo salvo possui uma referência, chamada de “ponteiro”, que informa ao sistema onde os dados daquele arquivo estão fisicamente localizados no disco. Ao excluir o arquivo, o sistema apenas remove esse ponteiro e marca o espaço como disponível para uso futuro.

A lógica dos ponteiros

Imagine que o sistema de armazenamento funciona como um índice de um livro. Quando o usuário cria um arquivo, o sistema faz uma anotação indicando onde aquele conteúdo está. Excluir o arquivo significa apenas riscar essa anotação, mas o conteúdo (as “páginas do livro”) continuam fisicamente lá, até que o usuário grave um novo arquivo no mesmo lugar.

Apenas excluir um arquivo não é seguro! Entenda por que seus dados ainda podem ser acessados
Exclusão permanente de documentos no laptop. Conceito de queima de dados. / Crédito: PlutusART (Shutterstock)

A memória magnética e a memória flash

Nos discos rígidos tradicionais (HDDs), que usam tecnologia magnética, os dados ficam armazenados em setores do disco. Até que um novo dado seja gravado nesses setores, as informações excluídas permanecem ali, muitas vezes recuperáveis com o uso de softwares específicos.

Já nos SSDs, pen drives e cartões de memória, que usam memória flash, o funcionamento é um pouco diferente. Esses dispositivos utilizam um processo chamado wear leveling, que distribui os dados de forma uniforme para evitar o desgaste de setores específicos.

SSD conectado a um notebook
SSD conectado a um notebook / Crédito: Nor Gal (shutterstock/reprodução)

Por conta disso, o sistema pode realocar arquivos automaticamente, dificultando a exclusão segura dos dados. Mesmo ao excluir um arquivo, ele pode continuar em outro setor físico sem que o usuário perceba.

Como funciona na nuvem?

Quando se trata de armazenamento em nuvem, como Google Drive ou OneDrive, a exclusão também depende da política da empresa. Normalmente, os arquivos vão primeiro para uma lixeira digital. Mesmo após a exclusão definitiva pelo usuário, os provedores costumam manter cópias temporárias por um período, para recuperação em caso de perda acidental ou para fins de auditoria. Só após esse prazo os dados são realmente sobrescritos ou apagados dos servidores.

Apenas excluir um arquivo não é seguro! Entenda por que seus dados ainda podem ser acessados
Serviços de armazenamento na nuvem são essenciais para resguardar arquivos (Imagem: Freepik)

É possível recuperar um arquivo após a exclusão?

Sim, e muitas vezes de forma surpreendentemente simples. Como o conteúdo do arquivo ainda permanece no dispositivo até ser sobrescrito, softwares de recuperação conseguem localizar esses fragmentos e restaurá-los, mesmo que o arquivo tenha sido excluído ou a lixeira esvaziada.

Mesmo após uma formatação completa, ainda é possível recuperar arquivos e informações antigas. A formatação rápida, por exemplo, apenas reorganiza a tabela de alocação, sem apagar fisicamente os arquivos. A recuperação só fica difícil (ou quase impossível) após uma sobrescrição múltipla e controlada dos setores onde os dados estavam.

Ilustração de exclusão de dados
Lightspring/Shutterstock

Leia mais:

Como garantir a exclusão definitiva dos arquivos?

Para quem precisa de segurança real, apenas o ato de “excluir” o arquivo não é suficiente. Softwares especializados em destruição de dados fazem o processo de sobrescrita com padrões de bits específicos, como sequências de zeros (x’00’), de uns (x’FF’) ou combinações aleatórias.

Esses programas realizam múltiplas passagens de sobrescrita para tornar a recuperação praticamente impossível, até mesmo com ferramentas avançadas.

O método mais seguro é conhecido como destruição segura ou sanitização de dados, que envolve várias camadas de sobrescrita. Em casos extremos, especialmente em ambientes corporativos ou governamentais, recomenda-se ainda a destruição física do dispositivo, como trituração ou incineração.

O post Apenas excluir um arquivo não é seguro! Entenda por que seus dados ainda podem ser acessados apareceu primeiro em Olhar Digital.

You may also like

Leave a Comment