A apneia do sono é um distúrbio grave no qual a respiração para e recomeça repetidamente durante a noite. Os sintomas incluem ronco alto, sonolência diurna excessiva e despertares com engasgos, podendo gerar sérios riscos à saúde.
Fatores como obesidade, anatomia da face e pescoço, idade, histórico familiar e uso de sedativos aumentam o risco de desenvolver esta condição. Mas um novo estudo acaba de descobrir que a poluição do ar também pode causar o problema.
Poluição aumenta chances de desenvolver o distúrbio
O trabalho analisou dados de 19.325 pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS), considerada a forma mais comum do distúrbio, em 25 cidades de 14 países europeus. As informações sobre idade, sexo, IMC e hábitos de vida foram combinadas com dados detalhados do estudo do sono e, em seguida, comparadas com registros de qualidade do ar de longo prazo do Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus (CAMS).
Em comunicado, os pesquisadores revelaram que, para cada aumento de uma unidade nos níveis de PM10 (quantidade de partículas minúsculas, de 10 micrômetros ou menores, liberadas no ar por poluentes modernos), houve um aumento médio de 0,41 interrupções respiratórias por hora de sono. Em média, as pessoas em áreas de baixa poluição tiveram pontuações menores de apneia do sono, enquanto aquelas em regiões de maior poluição apresentaram resultados piores.
Confirmamos uma associação positiva estatisticamente significativa entre a exposição média de longo prazo à poluição do ar, especificamente partículas finas conhecidas como PM10, e a gravidade da apneia obstrutiva do sono. Mesmo depois de levarmos em conta outros fatores que sabemos que afetam a AOS, ainda encontramos um aumento médio no número de eventos respiratórios por hora de sono de 0,41 para cada aumento de unidade no PM10. Esse efeito pode parecer pequeno para um indivíduo, mas em populações inteiras pode mudar muitas pessoas para categorias de maior gravidade, tornando-o significativo do ponto de vista da saúde pública.
Martino Pengo, professor da Universidade de Milano-Bicocca, em Madri
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Riscos para a saúde cardiovascular
- Na apneia obstrutiva do sono, a respiração é interrompida repetidamente durante a noite.
- A língua e a musculatura da garganta relaxam, estreitando a passagem do ar.
- O ronco vai aumentando até que a respiração trava.
- Neste cenário, o oxigênio no sangue despenca, o coração acelera para tentar compensar e o cérebro desperta a pessoa, quebrando o sono profundo.
- Esse ciclo pode se repetir dezenas de vezes em uma única noite.
- Como o organismo passa horas em estresse, isso favorece arritmias, hipertensão e insuficiência cardíaca.
- Estima-se que um bilhão de pessoas no mundo tenham apneia, e metade dos pacientes com doença cardiovascular sofre com o problema.
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