Após sucesso de experiência chinesa, Austrália quer cultivar plantas na Lua até 2025

Em 2019, a China revelou que a missão Chang’e-4 conseguiu plantar sementes de algodão na Lua. Embora as “mudinhas” tenham morrido pouco tempo depois, aquela foi a primeira vez na história que um material biológico brotou com sucesso no nosso satélite natural. 

First time for humankind: A seed taken up to #Moon by China’s Chang’e-4 probe has sprouted #ChangE4 pic.twitter.com/N6fA3A4ycv

— China Xinhua News (@XHNews) January 15, 2019

A experiência chinesa, em janeiro de 2019, que conseguiu brotar sementes de algodão na Lua.

E agora, outro país quer repetir o feito. Em colaboração com a startup Lunaria One, cientistas da Universidade Nacional Australiana (ANU) querem cultivar plantas na Lua até 2025. 

A Carga Australiana de Experimentação Lunar Promovendo a Horticultura (ALEPH-1, na sigla em inglês) será lançada a bordo do módulo de pouso Beresheet 2, da SpaceIL, um projeto que Israel anunciou logo após sua primeira missão lunar fracassar em 2020.

De acordo com o site Space.com, as plantas e sementes ALEPH-1, mesmo mantidas em uma câmara protetora, enfrentarão muitos desafios: insuficiência de água, gravidade fraca, dia e noite com duração de sete dias terrestres e nenhuma atmosfera protegendo a superfície da radiação solar prejudicial.

“O espaço é um campo de testes excepcional para como propagar plantas nos ambientes mais extremos”, disse Caitlyn Byrt, bióloga de plantas da ANU e consultora científica da Lunaria One, em um comunicado.

Representação artística de uma equipe de astronautas cultivando uma planta em solo lunar. Imagem: Gorodenkoff – Shutterstock

Antes do lançamento, os pesquisadores vão trabalhar para garantir o envio das sementes candidatas mais viáveis para lá. Algumas das aspirantes, como uma grama australiana chamada Tripogon loliformis, são conhecidas como “plantas de ressurreição”- algo como a versão botânica do resistente microscópico “urso de água”, ou tardígrado (que são capazes de voltar à vida e prosperar mesmo depois de longos períodos de dormência e desidratação, bastando o contato com a água).

Plantas capazes de sobreviver na Lua podem representar mais do que apenas uma fonte de alimento. Eles também podem fornecer oxigênio respirável para os astronautas, e algumas ainda podem ser usadas para desenvolver medicamentos que poderiam eventualmente ser fabricados in loco.

A missão ALEPH-1 também pode ajudar a entender como enfrentar as mudanças climáticas na Terra, identificando espécies de plantas comestíveis que podem aturar condições extremas e facilmente trazer um retorno após dificuldades como a seca.

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“Se você pode criar um sistema para cultivar plantas na Lua, então você pode criar um sistema para cultivar alimentos em alguns dos ambientes mais desafiadores da Terra”, disse Caitlyn.

Ela e seus colegas estimam que algumas sementes podem vir a brotar nas primeiras 72 horas depois que Beresheet 2 tocar o solo lunar. Durante todo o período, segundo a cientista, imagens do experimento serão enviadas à Terra e compartilhadas com o público regularmente.

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