Apple e Google não guardam boas lembranças de processos na Europa. As duas empresas são questionadas há quase uma década sobre seu amplo domínio dentro do mercado das lojas de aplicativos de celular.
Mais recentemente, receberam multas pesadas e viraram até mesmo alvo de investigações formais. Isso somente na União Europeia. Escopo que deve aumentar também para o Reino Unido (que atua de forma independente ao bloco).
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Segundo informa o site gringo CNBC, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA) propôs designar a Apple e o Google como tendo “status de mercado estratégico”. Isso significa que o regulador poderia forçar as empresas a interromper ou fazer alterações em certos comportamentos e práticas.
O órgão britânico se concentrou em investigar os sistemas operacionais móveis, as lojas de aplicativos e os navegadores da Apple e do Google. E a CMA chegou à conclusão de que há algo de errado nessa história.
Em defesa da regulação
- A CMA afirmou na quarta-feira (23) que consumidores e empresas levantaram preocupações sobre diferentes problemas nos ecossistemas móveis das duas empresas.
- Entre as críticas estão: “processos de avaliação de aplicativos imprevisíveis” e “classificações de pesquisa inconsistentes na loja de aplicativos”.
- De acordo com o órgão, esses dois pontos minam a concorrência, uma vez que as gigantes estariam favorecendo seus próprios apps dentro das lojas.
- O regulador britânico também questionou a comissão de até 30% cobrada das empresas nesses ambientes.
- E se mostrou contra as restrições impostas aos desenvolvedores que informam os clientes sobre formas mais baratas de pagamento ou assinatura fora da Play Store ou da App Store.
- Para solucionar esses problemas, a CMA apresentou uma lista de mudanças imediatas e de longo prazo.
- O regulador quer, por exemplo, que a Apple e o Google distribuam os aplicativos de forma mais “justa, objetiva e transparente”.
- E que publiquem uma metodologia clara para classificar apps em suas lojas.
- Os britânicos não mexeram nas taxas de 30%, mas pediram que as big techs facilitem o direcionamento dos usuários para fora das suas lojas.
Empresas discordam
A Apple e o Google já se manifestaram oficialmente sobre o assunto – e discordaram dos argumentos do órgão regulador britânico.
A Apple, por exemplo, disse em um comunicado que as propostas do Reino Unido “prejudicariam as proteções de privacidade e segurança que nossos usuários esperam, prejudicariam nossa capacidade de inovar e nos forçariam a oferecer nossa tecnologia gratuitamente a concorrentes estrangeiros”.
O texto acrescenta que a empresa vai continuar dialogando com a CMA para que o órgão entenda “completamente os riscos” que essas mudanças podem trazer.
O Google, por sua vez, destacou que colocar amarras nas big techs pode prejudicar o crescimento do próprio mercado britânico.
“É crucial que qualquer nova regulamentação seja baseada em evidências, proporcional e não se torne um obstáculo ao crescimento no Reino Unido”, afirmou Oliver Bethell, diretor sênior de concorrência do Google.
É um filme que já vimos em vários outros países e a tendência é que esse assunto se arraste ainda por um longo tempo. O Olhar Digital acompanha.
As informações são da CNBC.
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