A Apple planeja lançar seu próprio mecanismo de busca alimentado por inteligência artificial em 2026, apurou o analista Mark Gurman, da Bloomberg. A plataforma é descrita internamente como um “mecanismo de respostas” e deve ser parte da grande revitalização da Siri.
Apelidada internamente como “World Knowledge Answers” — ou “Respostas de Conhecimento Mundial”, o novo mecanismo será integrado diretamente à assistente virtual Siri, segundo pessoas que conhecem o assunto. Também há discussões sobre incluir a ferramenta no navegador Safari e no Spotlight, recurso de busca de sistemas da Apple.
De acordo com as fontes, o objetivo é tornar a Siri e os sistemas operacionais da Apple capazes de buscar informações da internet, de forma similar ao ChatGPT, da OpenAI, e a Visão Geral gerada por IA, do Google. A estrutura será fortemente composta por grandes modelos de linguagem (LLMs), assim permitindo a interpretação de contexto, compreensão de solicitações complexas e elaboração de respostas com base em conteúdo buscado na web.
Estruturalmente, a nova ferramenta da Apple pode contar com tecnologia do Google, uma das principais parceiras do Google em buscas — e atual buscador padrão do Safari (nos países em que isso é permitido). Ambas teriam fechado um acordo formal nesta semana que permitirá à Apple avaliar e testar o modelo do Google desenvolvido para incorporar o assistente.
O novo “mecanismo de respostas” seria apresentado em uma interface constituída por texto, fotos e pontos de interesse. Além disso, a ferramenta também terá um sistema de criação de resumos, construído para oferecer respostas mais rápidas e diretas sobre o conteúdo solicitado.
Atualmente, a Siri já é capaz de buscar informações na internet e apresentar respostas para perguntas básicas, como dados de pessoas públicas, eventos de alta relevância, filmes e esportes populares. Contudo, a assistente não consegue lidar com questões complexas ou muito nichadas, nesses casos recorrendo para a busca na web por meio do Google ou pedindo ajuda ao ChatGPT (com permissão do usuário).
Como será a nova Siri?
A nova Siri deve ser apresentada entre março e junho de 2026 — primavera do hemisfério norte — e terá uma interface repaginada, trazendo respostas em texto, imagens e pontos de interesse. Além disso, o sistema contará com um mecanismo de resumos para fornecer informações mais rápidas e diretas.
O projeto é construído em três pilares:
- Planejador: interpreta comandos de voz e texto e decide como responder;
- Sistema de buscas online e local: IA que varre dados da internet e do dispositivo;
- Resumidor: sintetiza conteúdos em respostas objetivas.
Para o resumidor, a Apple vai usar um modelo do Gemini customizado do Google. O LLM rodaria diretamente em servidores Private Cloud Compute da Apple, garantindo maior controle à empresa — que deve justificar a decisão como um meio de proporcionar privacidade.
O planejador também seria construído com modelos do Google, mas a Maçã também considera usar o Claude, da Anthropic, ou soluções próprias. Para buscas na web, também se avalia o uso de LLMs do Google.
Atualmente, a Apple planeja utilizar modelos próprios, conhecidos como Apple Foundation Models, para conduzir buscas em dados pessoais. Isso permite à empresa a reter informações dos usuários, ter maior controle sobre o funcionamento dos recursos e divulgar como uma solução focada em privacidade.
A nova Siri deve ser apresentada com uma grande repaginada visual, destacando a reestreia da ferramenta. A empresa também planeja a adição de um chatbot agêntico focado em saúde exclusivo para assinantes e uma atualização da Siri para casas inteligentes.
Grande revitalização da Siri
A grande revitalização da Siri lastreada em IA generativa foi prometida no iOS 18, mas não aconteceu até agora. O atraso foi percebido como um grande fiasco para a Apple, que evidentemente ficou para trás na corrida das Big Techs em inteligência artificial.
Anthropic foi cogitada, mas ficou cara demais
Antes de acertar com o Google, a Apple negociava com a Anthropic. Porém, a startup teria cobrado mais de US$ 1,5 bilhão por ano pelo uso da sua tecnologia — um valor considerado excessivo pela Maçã. O Google, por sua vez, ofereceu condições mais atraentes e se comprometeu a desenvolver um modelo de IA personalizado.
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