Astrônomos captam “cabo de guerra” de estrelas entre galáxias

Pesquisadores observaram uma trilha de estrelas sendo puxadas de sua galáxia natal por outra, sendo essa a primeira vez que astrônomos captam esse fenômeno em um aglomerado próximo. Segundo a equipe, a luz emitida pelas estrelas pode ajudar na detecção de matéria escura. Os resultados da descoberta foram publicados neste mês na revista científica The Astrophysical Journal.

A equipe utilizou imagens da Câmera de Energia Escura do Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile, para encontrar a “ponte de estrelas” no aglomerado de Abell 3667, a 700 milhões de anos-luz da Terra.

Os cientistas acreditam que esse agregado de galáxias seja o resultado da fusão de outros dois aglomerados menores com galáxias dominantes em seus centros, nomeadas de galáxias mais brilhantes do aglomerado (BCG). A ponte seria então um “cabo de guerra cósmico”, com a BCG maior roubando estrelas da menor em um evento conhecido como fusão agressiva.

No topo da trilha estelar está a galáxia em formato de disco IC 4965, junto a um grupo galáctico que está se integrando ao aglomerado maior. Abaixo se localiza JO171, classificada como uma galáxia “água-viva” devido a seus filamentos de gás que parecem “tentáculos”. Isso ocorre porque JO171 está sendo esticada conforme se funde a Abell 3667, o que interrompe sua formação de estrelas.

Com a Câmera de Energia Escura, pesquisadores captaram imagens das galáxias IC 4965 e JO171 disputando um “cabo de guerra” com estrelas a 700 milhões de anos-luz da Terra. (Imagem: CTIO/NOIRLab/NSF/AURA)

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Trilha de estrelas pode revelar mais sobre a matéria escura

A ponte é composta de luz intra-aglomerado (ICL): um brilho difuso emitido por estrelas arrancadas de suas galáxia. Os pesquisadores acreditam que a ICL contém pistas sobre a misteriosa matéria escura, a substância invisível que representa cerca de 85% da massa do Universo.

Segundo os autores, a forma como essa luz difusa se espalha deve acompanhar a distribuição da matéria escura, oferecendo uma forma indireta de detectar essa enigmática substância.

A equipe espera que as futuras imagens do Observatório Vera C. Rubin possam revelar novos dados sobre a ICL e suas propriedades. Com a maior câmera já construída, o Rubin irá escanear o céu noturno do hemisfério sul durante dez anos em um projeto nomeado Levantamento de Legado de Espaço e Tempo. O início das operações está previsto para entre o final deste ano e o começo de 2026.

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