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Astrônomos desvendam segredo por trás do vento solar

by Fesouza
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Um estudo publicado recentemente na revista Astronomy & Astrophysics revelou que pequenos jatos de energia no Sol são os principais responsáveis pelo vento solar. A descoberta ajuda a entender melhor o comportamento do astro e pode refinar as previsões de tempestades solares no futuro.

O vento solar é um fluxo de partículas carregadas que o Sol libera constantemente no espaço. Quando essas partículas atingem a Terra, podem reagir com as partículas da atmosfera e produzir auroras. No entanto, além desse efeito fascinante, o material expelido pela nossa estrela também pode interferir em satélites, sinais de GPS e comunicações de rádio, podendo ainda representar riscos para astronautas.

Astrônomos desvendam segredo por trás do vento solar
Minúsculos jatos solares foram vistos pela sonda Solar Orbiter, da ESA, impulsionando vento solar. Crédito: ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI Team

Pequenos jatos de plasma parecem impulsionar tanto o vento solar rápido quanto o lento

Há anos, especialistas tentam identificar exatamente como o vento solar se forma. Um dos desafios é que as partículas perdem suas “pegadas” originais ao viajar pelo espaço, dificultando o rastreamento da origem desse fluxo. No entanto, estudos anteriores já sugeriram que jatos minúsculos de plasma poderiam ser uma peça-chave nesse fenômeno.

Esses jatos, chamados de picoflares, emergem de regiões escuras na coroa solar, conhecidas como buracos coronais. Eles são muito menores e menos intensos do que as grandes explosões solares, mas ainda assim liberam energia suficiente para impulsionar partículas para o espaço. Algumas dessas partículas viajam em velocidades extremas, formando o vento solar rápido.

Lakshmi Pradeep Chitta, pesquisador do Instituto Max Planck, na Alemanha, explica em um comunicado que a energia liberada por um único picoflare pode alimentar cerca de 10 mil casas no Reino Unido por um ano. Apesar de serem tão pequenos e durarem menos de um minuto, esses jatos têm um impacto significativo na atividade solar.

Agora, a equipe de Chitta descobriu que os picoflares não são responsáveis apenas pelo vento solar rápido, mas também pelo mais lento. Isso contradiz a ideia anterior de que diferentes processos estariam por trás de cada tipo. “Ficamos surpresos ao ver que os mesmos minúsculos jatos de plasma parecem impulsionar tanto o vento solar rápido quanto o lento”, disse Chitta.

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Sonda solar europeia capta jatos em detalhes

A equipe chegou a essa conclusão ao analisar dados coletados pela sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA). Entre o fim de 2022 e o início de 2023, a espaçonave se aproximou do Sol a uma distância de 50 milhões de quilômetros. Com câmeras de alta resolução, conseguiu capturar imagens detalhadas dos jatos e medir diretamente o vento solar.

Ao cruzar essas informações, os cientistas conseguiram relacionar os picoflares observados na superfície do Sol ao vento solar detectado pela espaçonave. “Esta é a primeira vez que podemos afirmar com certeza que pelo menos parte do vento solar lento também se origina nesses jatos minúsculos”, declarou a ESA.

Os próximos periélios da sonda Solar Orbiter devem trazer mais respostas sobre como esses picoflares atuam na formação do vento solar. A cada seis meses, a sonda faz novas aproximações do Sol, permitindo que os cientistas aprofundem ainda mais suas análises sobre a dinâmica da nossa estrela.

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