Empresas de todos os setores estão suscetíveis a ataques cibernéticos e não poderia ser diferente entre as da área automotiva. Recentemente, a Jaguar Land Rover (JLR) teve que enfrentar um ataque que reduziu a produção de automóveis em mais de 25%, afirma a BBC.
Durante setembro de 2025, as fábricas da JLR não produziram nenhum veículo. A empresa teve que desligar todos os sistemas de Tecnologia da Informação (TI), o que impactou todas as suas operações em todo o planeta.
Número de veículos produzidos foi o menor desde 1952
A produção de veículos da JLR no Reino Unido caiu 27%. Apenas 51 mil unidades foram produzidas em setembro, segundo a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Automóveis (SMMT, na sigla em inglês).
Esse número é o menor para o mês desde 1952, sendo inferior até mesmo aos registrados durante a pandemia de Covid-19.
O ataque, explica a SMMT, também provocou uma forte queda na produção de automóveis de todas as montadoras no Reino Unido. Enquanto outras fabricantes mantiveram números estáveis, o incidente é considerado o maior prejuízo econômico já causado por um ataque cibernético no país.
Confira os principais impactos do ataque cibernético à JLR:
- Paralisação de cinco semanas nas fábricas da Jaguar Land Rover;
- Interrupção total das operações globais e desligamento dos sistemas de TI;
- Nenhum veículo produzido nas unidades de Solihull, Wolverhampton e Halewood em setembro;
- Estimativa de £ 1,9 bilhão (R$ 12,7 bilhões) em prejuízos;
- Cinco mil empresas afetadas pelo ataque, segundo o CMC;
- Recuperação total prevista apenas para janeiro de 2026.
Jaguar Land Rover é a segunda maior montadora do Reino Unido
Atrás apenas da Nissan, a Jaguar Land Rover é a segunda maior montadora do Reino Unido — o que explica o impacto nos números do mercado local. Quando comparado a setembro de 2024, a produção foi ainda menor, com uma queda de 35,9%.
O desempenho de setembro não é nenhuma surpresa, dada a perda total da produção da maior empregadora do setor automotivo britânico após um incidente cibernético.
Mike Hawes, diretor executivo da SMMT, à BBC
Como a maioria dos veículos fabricados no Reino Unido é exportada, o ataque cibernético fez com que as exportações caíssem 24,5%, afetando principalmente a União Europeia (UE), os Estados Unidos, a Turquia, o Japão e a Coreia do Sul.
Problema é grave, mas temporário
No acumulado do ano, a produção soma 582.250 unidades, uma queda de 15,2% em comparação a 2024. No entanto, o diretor comercial da Autotrader, Ian Plummer, classificou à BBC a paralisação da JLR como um “problema grave, mas temporário”, comparando o cenário à recuperação pós-Covid, com expectativa de aumento na demanda.
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Já Hawes alerta que o plano do governo britânico de retomar a produção anual de 1,3 milhão de veículos pode estar em risco se forem cortados incentivos fiscais aos Programas de Propriedade de Carros por Funcionários (ECOS, na sigla em inglês), considerados essenciais para manter a competitividade do setor.
Segundo ele, os programas ECOS são “um alívio imediato” para o setor, mas outras ações podem ser necessárias para garantir a resiliência da cadeia de suprimentos diante de crises, como a causada pelo ataque cibernético que impactou a produção da JLR.
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