A OpenAI, empresa responsável pelo popular ChatGPT, lançou recentemente um navegador web chamado Atlas, que promete tornar a navegação mais inteligente com a ajuda de inteligência artificial. A novidade coloca o ChatGPT como protagonista na busca e interação com sites, mas levanta questões significativas sobre privacidade e coleta de dados. As informações são do The Washington Post.
Atlas substitui o Google como fonte principal de informações, oferecendo um botão “Ask ChatGPT” que permite ao usuário interagir com o assistente enquanto navega. É possível pedir resumos de artigos, análises de dados e até revisar rascunhos de e-mails.
Segundo Adam Fry, líder do produto Atlas, o objetivo é que o ChatGPT trabalhe “lado a lado com você enquanto navega na web”, tornando a experiência mais integrada e personalizada.

Personalização e memória do ChatGPT: conveniência ou risco?
O grande diferencial do Atlas está em sua capacidade de armazenar “memórias” sobre os sites visitados e ações do usuário. Com a permissão do usuário, o ChatGPT pode:
- Lembrar quais sites você acessou e quais páginas você visualizou;
- Armazenar fatos e insights dos sites com base em resumos feitos nos servidores da OpenAI;
- Registrar preferências pessoais, como companhias aéreas favoritas ou compromissos em calendário;
- Personalizar respostas e sugestões futuras, incluindo recomendações de receitas ou atividades;
- Operar o navegador, realizando buscas e tarefas automaticamente com o modo agente.
Apesar das funcionalidades, o sistema gera preocupações: embora Atlas não deva memorizar dados sensíveis como senhas, números de contas bancárias ou registros médicos, controlar e gerenciar essas memórias é confuso. Há opções de excluir memórias individualmente ou em lote, além de um modo “incógnito”, que limita o armazenamento de informações, mas não garante anonimato total.

O desafio da privacidade e da segurança
O Atlas se junta a uma tendência crescente de navegadores com inteligência artificial, como o Comet da Perplexity e a integração do Gemini da Google no Chrome. No entanto, o ChatGPT diferencia-se por criar um histórico ativo de memórias que moldam futuras interações, algo que o Gemini não faz por padrão.
Além disso, o modo agente do Atlas permite que a IA execute tarefas de navegação, compras e até cancelamento de assinaturas, o que aumenta os riscos quando envolve credenciais e dados financeiros. Segundo Fry, a OpenAI projetou modos de uso monitorados para tarefas de alto risco, mas ainda assim, usuários precisam ter atenção redobrada ao confiar plenamente na IA.
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Atlas representa um avanço na integração do ChatGPT à experiência diária de navegação, oferecendo conveniência inédita, mas exigindo consciência do usuário sobre o quanto de sua vida online está sendo observada e armazenada. A decisão de adotar o navegador envolve equilibrar praticidade com cuidados de privacidade e segurança.

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