Um homem britânico encontrado morto nos Estados Unidos em 2013 foi finalmente identificado após mais de uma década de mistério. A revelação só foi possível graças aos avanços na tecnologia de DNA e ao uso de técnicas inovadoras de genealogia genética investigativa (IGG, na sigla em inglês), que combinam testes genéticos com buscas em árvores genealógicas.
Michael Sidney Hill, de 75 anos, morreu enquanto visitava um amigo na região de Phoenix, no estado do Arizona. Sem documentos, pertences ou informações adicionais, ele foi registrado pelas autoridades como “Maricopa County John Doe 2013”, permanecendo sem identificação até recentemente.

Identificação foi possível graças à genealogia genética investigativa
- A virada no caso veio após uma colaboração entre pesquisadores da Sheffield Hallam University, no Reino Unido, e da Ramapo College, nos Estados Unidos.
- O grupo utilizou a técnica de genealogia genética investigativa, que cruza perfis de DNA com bancos de dados públicos para localizar parentes distantes da vítima.
- Segundo o professor Craig Paterson, líder da equipe britânica, essa foi a primeira vez que a metodologia foi usada com sucesso para identificar um cidadão britânico desconhecido.
- Ele ressaltou o potencial da técnica para dar nome e dignidade a pessoas não identificadas, além de trazer encerramento para famílias com entes desaparecidos.
- “Uma vez que você tem o DNA, é possível estimar o grau de parentesco e traçar conexões até identificar quem é a pessoa”, explicou Paterson à BBC.
- Nos Estados Unidos, a IGG já foi empregada em diversos casos, como na identificação do serial killer Joseph DeAngelo, conhecido como Golden State Killer.

Mistério despertou interesse online e ligações familiares foram traçadas
O caso de Hill atraiu a atenção de internautas e entusiastas do gênero true crime, especialmente após a divulgação de que ele teria chegado à casa do amigo em Phoenix usando apenas as roupas do corpo. Apesar de o amigo ter fornecido um nome às autoridades, a ausência de familiares conhecidos dificultou a confirmação da identidade.
Michael Hill nasceu em Lambeth, em 1937, mas desapareceu dos registros públicos britânicos na década de 1950. Não se sabe onde viveu nas décadas seguintes. O elo decisivo veio com uma correspondência genética com dois primos de primeiro grau (uma geração afastados), residentes em Surrey, no sudeste da Inglaterra. A família tem vínculos com Londres e regiões próximas.
“Ele simplesmente não deixou rastros. Parecia que tinha desaparecido”, disse Paterson.
Avanços em tecnologia de DNA podem abrir caminho para outras investigações
A identificação de Hill reacende o debate sobre o uso da IGG no Reino Unido, onde ainda existem restrições éticas e legais ligadas à privacidade e proteção de dados. Apesar disso, Paterson acredita que o sucesso do caso demonstra que a técnica pode ser aplicada com responsabilidade também no território britânico.

“Há muitos outros casos não resolvidos no Reino Unido onde a genealogia genética investigativa pode ser útil. Continuaremos a colaborar com nossos parceiros e estudantes para aplicar esse conhecimento em mais investigações”, afirmou o pesquisador.
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