As baterias de estado sólido são vistas como o próximo grande salto tecnológico no mundo dos veículos elétricos (EVs). Mais leves, compactas e seguras do que as tradicionais de íons de lítio, elas prometem eliminar problemas como risco de incêndio e longos tempos de recarga.
Laboratórios e montadoras ao redor do mundo estão investindo bilhões de dólares para transformar essa promessa em realidade.
O que torna as baterias de estado sólido diferentes
Essas novas baterias podem armazenar muito mais energia, permitindo que carros elétricos percorram entre 600 e 1.000 quilômetros com uma única carga. Além disso, seriam capazes de recarregar em apenas alguns minutos, quase tão rápido quanto o abastecimento de um carro a gasolina.
O segredo está no uso de um eletrólito sólido, em vez do líquido inflamável das baterias atuais. Essa substituição abre espaço para diversas melhorias, como maior densidade de energia, mais segurança e menos peso. No entanto, até pouco tempo atrás, a tecnologia parecia impossível.
“Até 2010, a bateria de estado sólido era algo que seria incrível, se conseguíssemos fazê-la funcionar”, explica Eric McCalla, pesquisador da Universidade McGill, no Canadá. O obstáculo era fazer os íons de lítio se moverem com a mesma rapidez dentro de um sólido quanto em um líquido.
Se você observar o que as pessoas estão dizendo, elas afirmam que vão tentar fazer demonstrações reais de protótipos de bateria de estado sólido em seus veículos até 2027, e vão tentar comercializá-las em larga escala em 2030.
Jun Liu, cientista de materiais da Universidade de Washington, à Knowable Magazine.
Mas isso só se tornou possível com a descoberta de materiais “superiônicos”, compostos capazes de conduzir íons com eficiência similar, ou até superior, às soluções líquidas.
O desafio da fabricação dessas baterias
Apesar dos avanços, o principal obstáculo ainda é fabricar as baterias em escala industrial e a um custo viável. “As empresas já investiram bilhões em infraestrutura de produção de baterias de íons de lítio e não querem simplesmente substituir tudo”, comenta Eric Wachsman, cientista da Universidade de Maryland.
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Materiais promissores, como os sulfetos superiônicos, podem ser produzidos em linhas de montagem já existentes, mas têm uma grande desvantagem: são altamente sensíveis à umidade e podem liberar gás sulfídrico tóxico em contato com o ar. Por isso, outras empresas estão apostando em eletrólitos de óxido, que são mais estáveis, mas exigem processos mais caros e complexos.
Por que a corrida vale a pena
Apesar dos desafios, o interesse pelo desenvolvimento das baterias só cresce. Elas prometem maior autonomia, recargas superrápidas e segurança superior — vantagens fundamentais para o futuro dos veículos elétricos, drones e até aviões elétricos.
Como destacou Wachsman, o caminho para a popularização ainda depende do custo. “Antes de uma montadora adotar a nova bateria, ela precisa ser melhor, e mais barata que a atual”.
Principais vantagens da bateria de estado sólido
- Maior autonomia.
- Recarga ultrarrápida.
- Mais segurança: risco quase zero de incêndio.
- Menor peso e maior eficiência.
- Vida útil mais longa que as baterias atuais.
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