Big techs pagaram quase R$ 300 bi em impostos por enviar dinheiro ao exterior

Algumas das principais empresas de tecnologia do mundo pagaram R$ 289 bilhões em impostos relacionados ao envio de dinheiro do Brasil para o exterior, desde 2022, o que dá uma ideia de quanto elas faturaram no país. A quantia é citada em um levantamento feito pela Receita Federal.

Revelado pelo site Núcleo na quarta-feira (19), o documento inclui pagamentos de impostos de Google, Amazon, Apple, Meta, Microsoft e TikTok realizados entre janeiro de 2022 e outubro de 2025. A análise foi elaborada a partir de pedido da Câmara dos Deputados em um contexto de taxação das plataformas digitais.

Dificuldade para calcular o faturamento

O levantamento aponta que o pagamento de impostos pelas gigantes da tecnologia foi maior em 2024, quando o governo arrecadou R$ 87,9 bilhões, embora o fechamento de 2025 ainda não tenha acontecido — até o momento, a arrecadação soma R$ 73,7 bilhões. Em 2023, elas pagaram R$ 68,9 bilhões, contra R$ 58,6 bilhões um ano antes.

  • Como os impostos são calculados em cima dos valores movimentados por essas empresas, especula-se que elas registram faturamento gigantesco no Brasil;
  • Porém, o fisco tem dificuldade de apurar quanto essas companhias realmente ganham no mercado nacional, o que é admitido no documento;
  • “É inviável a elaboração de estimativas fundamentas e tecnicamente robustas sobre os impactos tributários no setor das chamadas big techs”, afirma a Receita;
  • O texto menciona, ainda, “limitações informacionais e metodológicas” para justificar a ausência de cálculo relacionado ao volume total de movimentações.
Impostos pagos pelas big techs por envios de dinheiro ao exterior. (Imagem: Núcleo/Reprodução)

De acordo com o integrante da Coalizão Direitos na Rede, Jonas Valente, as empresas do relatório têm ações listadas em bolsa de valores, exceto o TikTok, e por isso informam somente dados financeiros consolidados globalmente nos balanços trimestrais. Devido a tal característica, não possuem compromisso de transparência nos mercados em que atuam.

Essa falta de informações concretas dificulta uma maior taxação das big techs, cuja arrecadação permitiria custear a infraestrutura de fiscalização, segundo o especialista. É o que acontece com a Agência Nacional de Telecomunicações, com parte do trabalho do órgão financiado pelas taxas cobradas das operadoras.

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