Essa é a hora ideal para comprar uma placa de vídeo, um novo notebook, ou peças para melhorar o seu computador. Aliás, esse texto não é um mero jabá sobre a Black Friday 2025, mas um alerta de que o mundo dos eletrônicos vai entrar em crise mais uma vez, e pode apostar que os preços vão para as alturas.
O fato é até bem simples de entender: as fabricantes de chips DRAM vão aumentar o preço dessas peças. Chips DRAM, caso você não esteja familiarizado, são os chips-base que vão em componentes específicos, como as memórias RAM de computadores e smartphones, e a VRAM presente em placas de vídeo.
Em outras palavras, se o preço da DRAM aumentar, o custo das empresas que montam os produtos finais, também vai aumentar. Isso significa que boa parte dos eletrônicos que você consome, seja notebook, smartphone, tablet, smartwatch, RAM, GPU e até SSDs vão sofrer um aumento de preços.
Lá vem a crise de novo…
Dizer que uma crise de chips está batendo na porta chega a ser um certo eufemismo. No exterior, a crise já chegou, e é só questão de tempo até que o Brasil seja diretamente afetado. Cadeias de loja de computadores começaram a retirar o preço de memórias RAM das prateleiras por conta da flutuação dos valores.
Mas como isso aconteceu? Crises não começam do dia para a noite, e no caso da crise com a DRAM tem relação direta com o ChatGPT. Com a expansão da inteligência artificial generativa, a necessidade por aumentar a capacidade de data centers se tornou essencial, e os chips DRAM desempenham um papel fundamental nessas estruturas.
Foi exatamente por isso que a Samsung, uma das grandes fabricantes de chips do mundo, aumentou o valor dos componentes em até 60% entre outubro e novembro. Os sul-coreanos sabem que não importa quão mais alto fique o preço dessas peças, a indústria vai continuar comprando para abastecer os data centers, e alimentar modelos de IA.
O grande problema é que o aumento no preço desses chips também vai reverberar no mercado consumidor. Empresas responsáveis por criar computadores e celulares, como Asus e Xiaomi, já comentaram publicamente que vão precisar subir o preço desses itens para poder compensar o aumento de gastos na produção.
Recentemente, a AMD, fabricante de placas de vídeo e aceleradores de IA, teria notificado aos seus parceiros sobre um aumento de 10% no valor dos seus produtos. A tendência é que cada vez mais empresas comuniquem sobre esses reajustes de preço nos próximos dias ou semanas.
2021 de novo?
Quando o problema na cadeia de suprimentos estourou, o período caótico entre 2021 e 2022 veio à mente de muita gente. Na época, a indústria estava focada na mineração de ativos digitais, como Bitcoin e Ethereum, elevando exponencialmente o valor de placas de vídeo domésticas.
Porém, o fator mais determinante para a alta no mundo dos eletrônicos foi a pandemia da Covid-19. Com fábricas operando em menor escala, flutuações do dólar, incertezas financeiras nos países, e a forte demanda por dispositivos eletrônicos para o trabalho remoto, os preços foram nas alturas.
Com a crise atual, é improvável que vejamos um cenário tão caótico quanto o do passado, apesar de vivermos em uma certa bolha econômica em torno das IAs. A diferença é que não haverá o agravamento do mercado por conta de uma pandemia, então a tendência é que as coisas sejam um pouco menos piores.
A calmaria que precede a tempestade
Entre 2020 e boa parte de 2023, os preços praticados para comprar componentes eletrônicos eram ridículos. Notebooks básicos acima de R$ 5 mil, placas de vídeo de entrada beirando R$ 6 mil, smartphones mais caros, peças em faltas. O momento parecia não melhorar nunca.
A partir de 2024 a situação finalmente deu uma trégua e neste ano, de 2025, finalmente pudemos ver preços mais justos no Brasil. Com recentes lançamentos de marcas como Intel, Nvidia e AMD, comprar um bom computador ficou bem mais fácil, assim como há mais opções justas de notebooks disponíveis.
O mercado de smartphones já vinha se estabilizando há algum tempo, então não houve tantas mudanças de preço. Mas é curioso, e até cômico, que logo agora que tudo estava se ajeitando para um padrão de preços estável, mais uma crise chega e quem vai pagar por isso tudo é o consumidor.
Black Friday 2025 é o momento
Os preços de eletrônicos vão aumentar e nem mesmo o seu Xiaomi preferido deve escapar disso. Por mais que ainda não saibamos qual será o nível desse aumento de preços e nem necessariamente quando vai começar a respingar no Brasil, a gente sabe que você tem uma oportunidade interessante nas mãos.
Aqui, a matemática é bem básica. Com a iminência de preços mais caros, e as promoções de Black Friday no Brasil ainda não foram afetadas por essa maré de reajustes, esse é o momento ideal para você gastar seu suado dinheirinho em produtos com preços normais, e não inflacionados.
Os lotes de produtos que estão no Brasil, seja para Black Friday ou Natal, ainda não foram contemplados com o reajuste de preços por conta da crise da DRAM. Isso significa que os preços mais baixos que você vê agora vão permanecer baixos por pouquíssimo tempo, até os estoques acabarem e os novos lotes chegarem com o reajuste esperado.
Embora muita gente não acredite nas promoções de Black Friday, é extremamente possível que já a partir do fim de dezembro e principalmente em janeiro de 2026, as lojas brasileiras comecem a vender produtos com preço alterado. Por isso, o dia 28 de novembro, quando é comemorada a data de promoções, pode ser perfeito para muita gente.
Claro, pode ser que esse aumento de preços seja algo em menor escala, com uma diferença não tão impactante assim. Mas com um simples aumento médio de 10% nos produtos, um notebook de R$ 2.500 passa para R$ 2.750, e eu tenho certeza que ninguém quer pagar mais caro.
Aliás, vale notar que o TecMundo é especializado em coberturas sobre a Black Friday, e você pode acessar o nosso Guia de Compras para ficar por dentro de cupons, descontos, promoções e listas de inúmeros produtos tech. A hora de pagar barato é essa, e pode ser que em 2026 tudo já esteja caro demais.
Inclusive, se você quiser acompanhar novidades sobre a Black Friday 2025, como lançamentos, e tecnologia em geral, aqui vai a dica: siga o TecMundo no X, Instagram, Facebook e YouTube e assine a nossa newsletter para receber as principais notícias e análises diretamente no seu e-mail.