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Bolsonaro tem prisão domiciliar decretada e perde acesso a celular e redes sociais

by Fesouza
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi colocado em prisão domiciliar nesta segunda-feira (4) após descumprir medidas judiciais impostas anteriormente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que já havia proibido o político de usar redes sociais ou de se comunicar por meio de canais de terceiros.

Bolsonaro utilizou perfis de aliados, incluindo seus filhos parlamentares, para continuar difundindo mensagens com ataques ao STF e pedidos de intervenção estrangeira. Moraes entendeu que houve uso indireto das plataformas digitais para contornar as medidas judiciais.

  • A nova ordem judicial inclui o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica, proibição de visitas (com exceção de familiares próximos e advogados) e o recolhimento de todos os celulares da residência oficial do ex-presidente em Brasília, que está proibido de usar redes sociais. 
  • A Polícia Federal também realizou buscas no local para garantir o cumprimento imediato das determinações
  • Moraes reforçou que as medidas visam conter a “reiteração delitiva” de Bolsonaro, que estaria tentando driblar as sanções usando intermediários digitais.

O que Bolsonaro não pode fazer durante a prisão domiciliar?

Além do impedimento de sair de casa, a nova decisão impõe mais restrições na rotina de Jair Bolsonaro:

  • Uso de tornozeleira eletrônica com monitoramento constante;
  • Proibição de visitas, salvo familiares de primeiro grau e advogados;
  • Proibição total do uso de celulares ou gravações de qualquer natureza;
  • Bloqueio de qualquer forma de comunicação com embaixadores ou outros investigados;
  • Apreensão dos aparelhos eletrônicos presentes na residência.

O que motivou a prisão domiciliar de Bolsonaro?

Na decisão, Alexandre de Moraes lista uma série de infrações que justificaram a medida mais severa contra o ex-presidente, segundo informa o G1. Entre elas, estão inclusas cláusulas como:

  • Uso de redes sociais de aliados para divulgar conteúdos políticos proibidos;
  • Reincidência no descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas;
  • Produção de vídeos e áudios com mensagens políticas destinadas à publicação por terceiros;
  • Participação indireta em manifestações pró-Bolsonaro por meio de chamadas ao vivo e gravações;
  • Apagamento posterior de postagens, evidenciando tentativa de ocultar as infrações.

Caso Flávio Bolsonaro e o ato em Copacabana

O episódio mais recente que levou à nova ordem judicial envolveu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. No último domingo (3), ele organizou uma manifestação no Rio de Janeiro e colocou o pai no viva-voz do telefone para saudar os apoiadores.

Pouco depois, ele publicou um vídeo com a gravação da fala de Jair Bolsonaro, que ainda estava em casa, mas violando as restrições. A postagem foi apagada horas depois, o que Moraes classificou como uma tentativa de “omitir a transgressão legal”.

Bolsonaro tem prisão domiciliar decretada e perde acesso a celular e redes sociais
Imagem: G1.

Repercussão política divide opiniões

A decisão do STF dividiu reações no Congresso Nacional, segundo informa o G1. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, classificou a ação como uma “vingança política” e acusou o Judiciário de perseguir Bolsonaro e sua família. “Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso”, escreveu em rede social.

Por outro lado, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), elogiou a medida e disse que o ex-presidente “não ia parar” de provocar novas infrações. “A decisão é correta. Ele estava desafiando o Estado de Direito a todo momento”, comentou em vídeo.

Bolsonaro pode ir para a cadeia?

Com a prisão domiciliar em vigor, Bolsonaro fica sujeito à prisão preventiva caso volte a violar as regras estabelecidas pelo STF. Ou seja, caso o ex-presidente viole novamente as medidas em vigor, ele pode ser enviado para a cadeia.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que “a Justiça é cega, mas não é tola”, alertando que o poder político e econômico do réu não o isentam de responsabilização. “Não há dúvidas de que houve o descumprimento da medida cautelar imposta a Jair Messias Bolsonaro”, disse o juiz.

“A Justiça é cega, mas não é tola” – Alexandre de Moraes.

A medida amplia o cerco jurídico contra o ex-presidente, que já responde a processos por tentativa de golpe de Estado e obstrução de investigações. Para além das implicações legais, o caso também marca um momento decisivo sobre os limites da atuação digital de figuras públicas em tempos de crise institucional.

Afinal, toda a situação mostra como um simples post online pode ser o combustível para uma polêmica nacional. E aí, qual a sua opinião sobre o assunto? Comente nas redes sociais do TecMundo.

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