O entusiasmo em torno da inteligência artificial está impulsionando uma nova onda de investimentos — e de dívidas — conforme explica uma análise do Wall Street Journal.
Enquanto gigantes como Microsoft e Google seguem em posição sólida, empresas menores e altamente alavancadas estão assumindo riscos cada vez maiores para disputar espaço nesse mercado.
OpenAI e Oracle puxam megainvestimentos
- A OpenAI está planejando construir uma rede de data centers que pode custar US$ 1 trilhão nos próximos anos.
- Como parte do projeto, assinou um contrato de US$ 300 bilhões em cinco anos com a Oracle, que será responsável por instalar e operar a infraestrutura.
- Para cumprir o acordo, a Oracle deve tomar empréstimos bilionários — cerca de US$ 25 bilhões por ano, segundo estimativas do KeyBanc Capital Markets.
A dívida da Oracle já é pesada, com US$ 82 bilhões em passivos de longo prazo e uma relação dívida/patrimônio líquido de 450% — muito acima da Alphabet (11,5%) e da Microsoft (33%).
Outras empresas menores, como a CoreWeave e a Nebius, também dependem de financiamentos para manter o ritmo de expansão.
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Risco x otimismo no mercado
Apesar do endividamento crescente, o mercado financeiro tem reagido positivamente: ações da Oracle subiram após o anúncio do contrato com a OpenAI, e a CoreWeave triplicou seu valor desde março. Ainda assim, analistas alertam para riscos significativos.
Estudos indicam que a adoção paga de IA é limitada — apenas 3% dos consumidores utilizam serviços pagos — e as projeções de receita da OpenAI teriam de crescer de US$ 12 bilhões para mais de US$ 300 bilhões anuais até 2030 para justificar os investimentos.
Se a demanda não acompanhar a velocidade da expansão, contratos podem ser renegociados ou transferidos para outras empresas. Para especialistas, esse será um teste crítico para o novo modelo financeiro da IA — que pode consolidar um ciclo de crescimento ou revelar vulnerabilidades.
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