Conforme noticiado pelo Olhar Digital na última quinta-feira (11), o Observatório de Dinâmica Solar (SDO), da NASA, registrou um gigantesco buraco se abrindo no Sol ao longo da semana, que lançou vento solar violentamente em direção à Terra.
O material ejetado chegou ao planeta no domingo (14), provocando uma forte tempestade geomagnética no norte do globo. Estimativas previam que a atividade se repetisse na segunda-feira (15).

E foi o que ocorreu. Segundo a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, a Terra ainda está sendo atingida por uma corrente de vento solar vinda desse local. A velocidade chegou a 760 km/s, caindo depois para 600 a 700 km/s, mas mantendo efeitos visíveis na atmosfera terrestre ao atingir o planeta.
O buraco começou a se formar no início da semana, assumindo um formato curioso, parecido com uma borboleta, conforme crescia. Na sexta-feira (12), ele já tinha cerca de 500 mil km de extensão, espaço suficiente para quase 40 Terras alinhadas, segundo o site Space.com.
Essas aberturas na atmosfera solar são chamadas de “buracos coronais”. Nelas, os campos magnéticos se abrem e permitem que o vento solar escape, aparecendo escuros nas imagens por causa da ausência do plasma quente.

Quando o vento solar atingiu a Terra no fim de semana, gerou uma tempestade geomagnética G3, considerada forte em uma escala que vai até G5. Embora a intensidade tenha diminuído, tempestades fracas (G1) continuaram na noite de segunda-feira (15) e seguiram até a manhã seguinte, de acordo com o guia de observação EarthSky.org.
Além das auroras visíveis em lugares mais ao sul do que o habitual, como no norte dos EUA e quase todo o Reino Unido, tempestades G3 podem causar problemas em satélites e sistemas de navegação. Nesses casos, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) alerta para cargas elétricas em componentes de satélites, aumento de arrasto em órbitas baixas e falhas intermitentes de radionavegação.

A atividade deve diminuir a noite desta terça-feira (16), mas ainda podem ocorrer breves aparições de auroras até o meio da semana. Segundo especialistas, essas tempestades são mais frequentes e tendem a se intensificar nos dias próximos aos equinócios.
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Por que os equinócios intensificam as tempestades geomagnéticas
Equinócios ocorrem duas vezes por ano, em março e em setembro, quando dia e noite têm quase 12 horas cada. Nessas ocasiões, o eixo da Terra se alinha com sua órbita ao redor do Sol, facilitando o contato entre os campos magnéticos do planeta e do astro.
Northern lights dancing in Yellowknife NWT Canada. pic.twitter.com/YGLIiRtd96
— Barrett Lenoir 🇨🇦 (@northx) September 16, 2025
Esse alinhamento intensifica o chamado “efeito Russell-McPherron”, descoberto em 1973, que explica o aumento de tempestades geomagnéticas nos equinócios. Dados históricos mostram que, entre 1932 e 2014, essas tempestades aconteceram duas vezes mais nessa época do que nos períodos próximos aos solstícios (junho e dezembro). Em 2025, o equinócio de setembro será no dia 22.
Dependendo da intensidade, as tempestades geomagnéticas podem afetar sistemas de comunicação, redes elétricas e satélites. Quando elas são extremamente fortes, podem até causar apagões e arrastos de equipamentos em órbita. No entanto, elas também têm efeitos visuais impressionantes – as luzes coloridas no céu conhecidas como auroras boreais (no norte) e austrais (no sul).
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