Brasil admite negociar terras raras para evitar tarifaço dos EUA

O braço de ferro entre Estados Unidos e Brasil envolve diversas questões. Entre elas está o interesse do governo de Donald Trump nas terras raras brasileiras. A Casa Branca já sinalizou que poderia usar os recursos estratégicos para negociar uma redução nas tarifas contra o país.

A primeira reação do presidente Lula foi garantir a soberania sobre as riquezas naturais brasileiras. Nesta segunda-feira (4), no entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que o Brasil pode discutir a inclusão da exploração dos metais nas negociações com os EUA.

Declarações foram dadas por Haddad nesta segunda-feira (Imagem: Focus Pix/Shutterstock)

Mudança postura do governo brasileiro

Em entrevista à BandNewsTV, Haddad voltou a tocar no assunto e demonstrou uma mudança de posicionamento do governo brasileiro. Ele admitiu, pela primeira vez, que o Brasil pode negociar as terras raras para tentar reduzir as tarifas impostas contra os produtos exportados pelo país para o território norte-americano.

Em se tratando da maior economia do mundo, o Brasil pode participar mais do comércio bilateral e, sobretudo, de investimentos estratégicos. Nós temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Nós podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes, na área tecnológica.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Ideia é usar os metais para negociar redução do tarifaço de Trump (Imagem: Rawpixel.com/Shutterstock)

Lembrando que o Brasil possui importantes depósitos destes recursos. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o nosso país detém a segunda maior reserva conhecida desses elementos no planeta, ficando atrás apenas da China. No entanto, a produção brasileira responde por somente 1% da extração global dos recursos.

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Minerais são considerados recursos estratégicos (Imagem: Joaquin Corbalan P/Shutterstock)

Importância geopolítica das terras raras

  • Também chamados de metais raro, eles são elementos químicos presentes na crosta terrestre, mas que são difíceis e caros de se extrair em grandes quantidades.
  • Os materiais são amplamente usados para criação de ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais.
  • Por conta disso, são considerados estratégicos.
  • Hoje, a extração das terras raras está concentrada em apenas alguns países, sendo a China a principal produtora.
  • Os chineses controlam 70% deste importante mercado.
  • Por outro lado, os EUA também têm acesso aos recursos, mas em grau muito menor.
  • Como a demanda tende a aumentar ainda mais, outros territórios passaram a ser cobiçados.
  • É por isso, por exemplo, que o presidente Donald Trump pressionou a Ucrânia para fechar um acordo envolvendo os recursos existentes no leste europeu.
  • Ao mesmo tempo, a Casa Branca insiste em controlar a Groenlândia, território que conta com um importante suprimento dos minerais.

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