Brasileira que trabalha na EA revela segredos de NFS Underground 2 e Battlefield 6

A música sempre teve um papel central na forma como os jogos da Electronic Arts se conectam emocionalmente com o público — e, segundo a brasileira Raphaella Lima, Diretora Global de Música e Marketing da EA, essa importância vai muito além das trilhas sonoras. 

Em entrevista ao Voxel durante a Brasil Game Show no último fim de semana, a executiva falou sobre sua trajetória, a relevância cultural da música nos games da empresa e os bastidores da nova colaboração musical de Battlefield 6 com artistas nacionais.

Responsável por coordenar parcerias musicais e o licenciamento de trilhas nos títulos da EA, Raphaella tem papel essencial na curadoria sonora de franquias icônicas como FIFA, Need for Speed e Battlefield. Segundo ela, a música não apenas complementa a experiência, mas também ajuda a construir uma conexão emocional entre o público e os mundos criados pelos jogos.

Além de comentar sobre o impacto da música na identidade da Electronic Arts, Raphaella destacou o papel do Brasil nas novas colaborações musicais da empresa e o crescimento da representatividade nacional em projetos globais de entretenimento.

Música como parte da identidade dos jogos da Electronic Arts

Ao longo dos anos, a Electronic Arts consolidou uma assinatura sonora própria em suas franquias — especialmente nos títulos esportivos. Raphaella explica que a seleção musical da EA sempre buscou representar o espírito de cada jogo e, ao mesmo tempo, servir como vitrine para novos artistas. “O EA Sports FC é um exemplo disso. Ele se tornou uma plataforma global onde músicos do mundo todo têm a chance de serem ouvidos por milhões de pessoas”, afirmou.

Segundo ela, o impacto das trilhas sonoras ultrapassa o entretenimento e influencia diretamente a cultura pop. “Quando uma música entra no EA Sports FC, ela marca uma geração. Muita gente se lembra de faixas específicas porque as ouviu jogando”, disse. Essa relação entre música e emoção é o que guia o trabalho da equipe de curadoria da empresa.

Raphaella também ressalta que a ideia agora é expandir esse conceito para outras franquias. Battlefield, por exemplo, recebeu recentemente uma abordagem inédita nesse sentido. “Sempre tivemos trilhas épicas e cinematográficas, mas trazer uma música popular para o universo de Battlefield é algo novo. E poder fazer isso a partir do Brasil é ainda mais especial”, destacou.

A executiva afirma que o objetivo é conectar ainda mais a música à narrativa dos jogos, tornando cada faixa parte da experiência e não apenas um complemento sonoro. Esse processo, segundo ela, é o que transforma a trilha em um elemento de identidade. Isso, certamente, reforça o ponto da música ser usada como uma ponte cultural entre os jogadores.

Projetos globais e o poder cultural da música nos games

Entre os projetos mais marcantes da carreira de Raphaella estão grandes campanhas globais que aproximaram a música e o entretenimento digital na época de pandemia. Um exemplo foi o festival de lançamento do antigo FIFA 21, que reuniu artistas como Anitta, Dua Lipa e Diplo em uma transmissão global no YouTube.

“Foi um projeto enorme, com artistas do mundo todo e um impacto gigantesco para o público. Esses momentos mostram como a música é essencial na narrativa dos nossos jogos e na conexão com o público”, explicou a executiva.

Raphaella também relembrou outras colaborações importantes com marcas e campanhas publicitárias que reforçaram o papel da música como elo emocional entre jogadores e personagens. “A trilha certa muda completamente a atmosfera de uma partida ou de uma missão”, afirmou.

Essas iniciativas ajudaram a EA a construir uma identidade sonora que atravessa gerações e tornaram-se uma referência na indústria. Segundo a diretora, o sucesso dessas ações reforça o poder cultural da música nos games e como ela se tornou um componente essencial na experiência de entretenimento moderna.

A colaboração de Battlefield 6 com Papatinho, Emicida, Major RD e BK

Um dos projetos mais recentes coordenados por Raphaella foi a parceria entre o DJ e produtor Papatinho e os artistas Emicida, Major RD e BK na criação da música “Squad” — tema promocional de Battlefield 6. A faixa foi apresentada pela primeira vez na última sexta (10), durante a BGS Arena Stage.

“Foi uma oportunidade única de trazer uma música popular brasileira para dentro de Battlefield. E mais importante: feita por artistas que representam o país de forma autêntica”, celebrou.

Questionada sobre o processo criativo na concepção da música, a executiva revelou que os artistas tiveram total liberdade no processo: “Cada um trouxe sua identidade para a faixa. Não pedimos para mudar nada — o resultado foi 100% deles”.

Além disso, Raphaella destacou o impacto simbólico da colaboração. “Ver uma música brasileira dentro de um jogo como Battlefield mostra o quanto o Brasil está crescendo na indústria e sendo reconhecido pela sua criatividade”, afirmou.

Brasileira também falou sobre o lendário tema de Need for Speed Underground 2

Raphaella comentou ainda sobre os bastidores de uma das trilhas mais icônicas da franquia Need for Speed: o remix de Riders on The Storm, criado pelo The Doors em parceria com Snoop Dogg. A executiva destacou como essa colaboração simboliza o impacto que uma trilha pode ter na memória dos jogadores.

“Essa música é um exemplo perfeito de como uma faixa pode definir toda a identidade de um jogo. Quem jogou Need for Speed naquela época nunca esqueceu a sensação de correr ouvindo aquele som”, contou.

Ela explicou que esse tipo de escolha musical não acontece por acaso — e o processo envolve curadoria cuidadosa, além de uma compreensão profunda do público. “A ideia sempre foi criar uma atmosfera que o jogador lembrasse anos depois. É isso que torna a trilha de Need for Speed tão marcante”, completou.

Pensa em trabalhar com games? Vá fundo e não desista

Durante a entrevista, Raphaella também deixou uma mensagem de incentivo para quem sonha seguir carreira no cruzamento entre música, games e marketing — especialmente mulheres: “O brasileiro é criativo por natureza. Temos uma potência enorme na música e nos games, e o mundo está começando a perceber isso”.

Ela destacou que o mais importante é encarar desafios sem medo. “Tudo que você quer está do outro lado do medo. Vá em frente, mesmo com insegurança — é assim que as oportunidades aparecem”, completou.

Curtiu a entrevista com a executiva brasileira responsável pelas músicas nos jogos da EA? Conte pra gente nas redes sociais do Voxel o que você achou da colaboração para promover Battlefield 6!

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