Lançado pela Amazon Prime Video no dia 30 de julho deste ano, o filme Guerra dos Mundos é somente a mais recente adaptação da obra de mesmo nome do escritor H.G. Wells. Lançado há mais de 100 anos, o livro há décadas mexe com a imaginação da humanidade, que na história se vê confrontada com uma súbita invasão alienígena.
Antes mesmo de virar peça de teatro ou longa-metragem, a trama lançada em 1898 já mostrava a capacidade de conquistar fãs por todo o mundo. Entre eles estava o brasileiro Henrique Alvim Corrêa, que ficou tão entusiasmado pelo trabalho de Wells que acabou virando um colaborador improvável.
Brasileiro ajudou a dar vida a Guerra dos Mundos
Nascido no Rio de Janeiro no dia 30 de janeiro de 1876, Henrique Alvim Corrêa foi um pintor, ilustrador, desenhista e gravador que viveu a maior parte de sua vida em Portugal. Ele se mudou para o país em 1892 levado pelo Barão de Oliveira Castro, seu padrasto, como consequência direta dos eventos políticos resultantes da independência do Brasil.
- Não se sabe quando ele teve o primeiro contato com a Guerra dos Mundos, mas, em 1903, Corrêa produziu 132 ilustrações baseadas na obra;
- Elas foram apresentadas pessoalmente a Wells que ficou impressionado com o trabalho e permitiu que ele fosse publicado na França;
- 32 das ilustrações produzidas pelo brasileiro acabaram em uma edição luxuosa do livro, com tradução em francês e publicação pela L. Vandamme & Cie;
- O trabalho de Corrêa também ficou famoso em uma edição belga da obra, que teve 500 cópias impressas em 1906;
- Além das artes para o livro, o brasileiro também produziu ilustrações inspiradas por guerras reais e até mesmo alguns trabalhos eróticos inspirados por sua esposa, Blanche Fernande Barbant.
O artista que ajudou a dar vida à Guerra dos Mundos teve uma vida breve, falecendo aos 34 anos de idade como consequência da tuberculose. Durante sua vida, ele conseguiu sucesso como o dono de um estúdio artístico e deixou uma série de obras que permanecem influentes até os dias atuais.
Parte das obras do artista se perdeu
Infelizmente, grande parte dos trabalhos de Corrêa se perdeu com o passar do tempo como consequência de eventos históricos. Em 1914, muitos de seus trabalhos foram roubadas ou destruídos durante a invasão alemã da Bélgica, durante a Primeira Guerra Mundial. Já em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, outra parte de seus trabalhos foi perdida quando um navio que os transportava ao Brasil foi afundado por um submarino alemão.
Enterrado na cidade do Rio de Janeiro, o artista que deu vida à Guerra dos Mundos só teve seus trabalhos expostos em sua terra de origem em 1972, no Museu de Arte de São Paulo (MASP). A mais recente exposição de suas criações aconteceu em 2016, na Galeria Casanova (também em São Paulo), com direito a várias ilustrações originais que apareceram na edição francesa do livro.
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