Um buraco foi aberto no Sol e está lançando uma corrente de vento solar em direção à Terra. Com formato de borboleta, ele se estende por cerca de 300 mil km, espaço suficiente para acomodar mais de 23 planetas como o nosso enfileirados.
O fenômeno foi registrado pelo Observatório de Dinâmica Solar (SDO), da NASA, entre segunda (8) e quinta-feira (11).
Aberturas desse tipo na atmosfera solar são chamadas de “buracos coronais”, regiões onde os campos magnéticos se abrem e permitem que o vento solar escape. Eles aparecem escuros nas imagens devido à ausência do plasma quente normalmente contido ali.
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, o material ejetado pela “borboleta gigante” deve atingir a Terra no domingo (14), podendo provocar tempestades geomagnéticas de classe G1 a G2, respectivamente consideradas fraca e moderada, em uma escala que vai até G5. Especialistas alertam que essas tempestades são mais comuns nas semanas próximas aos equinócios.
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Por que os equinócios intensificam as tempestades geomagnéticas
Equinócios ocorrem duas vezes por ano, em março e em setembro, quando dia e noite têm quase 12 horas cada. Nessas ocasiões, o eixo da Terra se alinha com sua órbita ao redor do Sol, facilitando o contato entre os campos magnéticos do planeta e do astro.
Esse alinhamento intensifica o chamado “efeito Russell-McPherron”, descoberto em 1973, que explica o aumento de tempestades geomagnéticas nos equinócios. Dados históricos mostram que, entre 1932 e 2014, essas tempestades aconteceram duas vezes mais nessa época do que nos períodos próximos aos solstícios (junho e dezembro). Em 2025, o equinócio de setembro será no dia 22.
Dependendo da intensidade, as tempestades geomagnéticas podem afetar sistemas de comunicação, redes elétricas e satélites. Quando elas são extremamente fortes, podem até causar apagões e arrastos de equipamentos em órbita. No entanto, elas também têm efeitos visuais impressionantes – as luzes coloridas no céu conhecidas como auroras boreais (no norte) e austrais (no sul).
Vídeo mostra uma erupção gigante no Sol
Erupções solares estão entre os eventos astronômicos mais impressionantes de se ver. E com a qualidade dos equipamentos de observação de hoje em dia, os detalhes captados são de cair o queixo.
Em 22 de fevereiro de 2022, por exemplo, uma gigantesca proeminência se formou na superfície do Sol, lançando para o espaço um violento jato de plasma, também chamado de ejeção de massa coronal (CME). Confira o vídeo aqui.
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