A tendência das canetas emagrecedoras usadas por humanos pode chegar ao universo dos animais de estimação. A biofarmacêutica Okava Pharmaceuticals, sediada em São Francisco, iniciou testes com um implante subcutâneo destinado a auxiliar na perda de peso de pets. O dispositivo, chamado MEOW-1, libera continuamente um agonista de GLP-1 — a mesma classe de medicamento usada em produtos como Ozempic, Mounjaro e Wegovy.
O estudo piloto envolve 50 gatos obesos, que serão acompanhados por seis meses. A proposta da empresa é oferecer uma alternativa prática para tratar obesidade, diabetes e até doenças renais em cães e gatos. Segundo a Okava, a abordagem busca imitar efeitos fisiológicos do jejum, mas sem exigir mudanças significativas na rotina alimentar dos tutores.
Como funciona a “caneta emagrecedora” para pets
Diferente das aplicações semanais usadas em humanos, o MEOW-1 é implantado sob a pele e libera o medicamento gradualmente ao longo de meses. De acordo com a empresa, esse tipo de administração é pensado para facilitar o uso pelos tutores e tornar a adesão ao tratamento mais prática.
A Okava afirma que o implante:
- libera o medicamento por até seis meses;
- pode reduzir gordura corporal e melhorar o metabolismo;
- imita efeitos do jejum sem alterar drasticamente a alimentação;
- pode ajudar no controle de diabetes e melhorar a sensibilidade à insulina.
O objetivo inicial é tratar obesidade felina, mas a empresa planeja expandir os testes para cães e investigar benefícios em outras doenças crônicas. Caso os resultados sejam positivos, a Okava pretende buscar aprovação da FDA dentro de dois anos.
Obesidade em pets e desafios do tratamento
A obesidade afeta cerca de 60% dos cães e gatos nos Estados Unidos, aumentando o risco de diabetes e reduzindo a expectativa de vida. Atualmente, dieta controlada e exercícios são os tratamentos mais tradicionais, mas muitas vezes difíceis de manter e pouco eficazes a longo prazo.
Alguns veterinários já utilizam medicamentos GLP-1 humanos em pets diabéticos, porém o custo elevado e a ausência de versões específicas tornam o uso limitado. Especialistas afirmam que ainda faltam estudos clínicos de grande porte para validar a eficácia desses tratamentos em larga escala.
Vera Larina / Shutterstock)
Empresas do setor, como Okava e ProLynx, apostam no desenvolvimento de versões veterinárias com custo menor e aplicação mais simples. No entanto, ainda existe incerteza sobre a disposição dos tutores em adotar medicamentos que reduzem o apetite dos animais, especialmente porque a alimentação costuma ser uma forma importante de vínculo afetivo.
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Mesmo assim, o MEOW-1 é visto como um passo promissor para uma possível nova fase no tratamento de obesidade e diabetes em pets — e pode marcar a entrada definitiva das “canetas emagrecedoras” no universo dos animais de estimação.
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