As canetas injetáveis usadas para emagrecer, conhecidas como medicamentos GLP-1 – como Wegovy e Mounjaro – mudaram a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo. Elas reduzem o apetite, prolongam a sensação de saciedade e ajudam a perder peso quando dietas e exercícios não são suficientes.
Mas o que acontece quando alguém decide parar de usá-las? Essa é a dúvida que vem ganhando força entre médicos e pacientes, à medida que surgem novos relatos e estudos sobre os efeitos da interrupção.
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GLP-1 e as canetinhas emagrecedoras
- Os medicamentos imitam hormônios que controlam a fome e o metabolismo.
- A interrupção abrupta pode fazer o apetite voltar com força.
- O acompanhamento médico é essencial para reduzir os efeitos do fim do tratamento.
- Estudos indicam que parte do peso perdido tende a voltar após um a três anos.

Quando o tratamento termina: corpo e mente em adaptação
O GLP-1 é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo após as refeições, responsável por regular a fome e o açúcar no sangue. As versões sintéticas, usadas nas “canetas emagrecedoras”, potencializam esse efeito.
Segundo o clínico geral Hussain Al-Zubaidi, especialista em estilo de vida entrevistado pela BBC, interromper o tratamento de forma brusca “pode ser como pular de um penhasco”. O médico explica que muitos pacientes param ao atingir o peso desejado, mas o apetite volta quase imediatamente. “É como ser atingido por um tsunami”, compara.
Estudos indicam que entre 60% e 80% do peso perdido pode retornar dentro de até três anos após a suspensão. Isso ocorre porque o medicamento não cura a causa da obesidade, apenas reduz temporariamente os impulsos de fome. “A obesidade não é uma deficiência de GLP-1”, alerta o Dr. Al-Zubaidi, destacando que mudanças duradouras exigem reeducação alimentar e suporte psicológico.

A britânica Tanya Hall, que perdeu 38 kg com o uso de Wegovy, tentou parar várias vezes, mas o desejo por comida voltou com força. “É como se um interruptor ligasse na minha cabeça”, conta. Já Ellen Ogley, usuária de Mounjaro, conseguiu abandonar as injeções gradualmente após perder 22 kg e redesenhar sua relação com a comida. “Quero que as pessoas saibam que a vida após o Mounjaro também pode ser sustentável”, afirma.
De acordo com a BBC, autoridades de saúde do Reino Unido recomendam que quem interrompe o uso dos medicamentos receba acompanhamento contínuo por pelo menos um ano, incluindo planos personalizados para manter o peso. Sem essa transição, o risco de recaída é alto.
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