A Caoa Chery informou nesta quinta-feira (5) que vai paralisar suas atividades na fábrica de Jacareí, interior de São Paulo. Por conta da suspensão, dita pela montadora como temporária, 480 trabalhadores serão demitidos, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A marca não detalhou o número de desligamentos.
De acordo com o comunicado da empresa, a suspensão tem como objetivo “ajustar os processos produtivos da planta para novos modelos com tecnologias híbridas e elétricas”. Na fábrica de Jacareí, inaugurada em 2015, a Caoa produzia os modelos Tiggo 3X e Arrizo 6 Pro.
“Atenta às demandas globais em relação à mobilidade sustentável, a montadora assume o compromisso com o Brasil e seus consumidores de eletrificar todos os modelos de seu portfólio até o final de 2023”, diz a nota.
A empresa também afirma que a pausa será compensada por um maior investimento na produção da planta industrial em Anápolis (GO), “com vários lançamentos planejados para o segundo semestre”. Nesta unidade, atualmente, são montados modelos da Hyundai e da Chery. Mesmo com a paralisação, a Caoa Chery vai manter a meta de produzir 60 mil unidades no mercado em 2022.
A unidade de Jacareí foi a primeira da Chery fora da China. Em 2017, a Caoa comprou 50,7% da fábrica por US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 10,06 bilhões na cotação atual), dando origem à Caoa Chery. A empresa brasileira controla todas as operações de produção e marketing.
Fábrica ficará fechada até 2025, diz sindicato
O sindicato afirma que, em reunião, a Caoa Chery comunicou que irá demitir todos os trabalhadores da produção — cerca de 370 funcionários — e 50% do setor administrativo da fábrica, que conta no total com aproximadamente 600 pessoas. De acordo com o presidente Weller Gonçalves, ao contrário do que a empresa diz, a unidade em Jacareí ficará fechada durante três anos e o retorno das atividades só ocorrerá em 2025.
“A Caoa Chery mente ao dizer que não fechará a fábrica de Jacareí e que esse processo se configura em uma readequação da montadora para a produção de carros elétricos. Mas serão três anos sem produzir em Jacareí, ou seja, três anos com a fábrica fechada e com pais e mães de família no olho da rua”, diz Gonçalves, em entrevista à publicação oficial do sindicato.
A Caoa afirma estar negociando com o sindicato “um pacote de indenização suplementar, além do regular pagamento das verbas rescisórias legais, seguindo o seu compromisso de respeito aos trabalhadores”. O sindicato, por sua vez, vai se reunir para elaborar uma proposta de negociação com a Caoa. Uma assembleia foi marcada para a sexta-feira (6), às 10h, para discutir a situação.
Em relação aos clientes, a Caoa afirma que continuará a prestar “atendimento integral”, mantendo assistência técnica, garantias, peças e serviços a todos os que compraram carros fabricados em Jacareí.
Crédito da imagem principal: Caoa Chery/Divulgação
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