Casas inteligentes brilham na IFA e mercado brasileiro acelera com automação

As “smart homes” — lares onde tudo é controlado por voz ou celular — estão roubando a cena nas feiras tecnológicas como a IFA, que acontece esta semana em Berlim. Entre máquinas de lavar, ar-condicionado, micro-ondas, purificadores de ar, robôs aspiradores, TVs e até comedouros para pets, a conectividade promete ganhar espaço nos lares brasileiros. Mas como andam dados como adoção, indústria e tendências no Brasil?

Panorama de adoção no Brasil

Segundo levantamento recente do IBGE, em 2022 cerca de 14,3% dos domicílios com internet (equivalente a aproximadamente 9,9 milhões de residências) já contavam com algum dispositivo inteligente, como lâmpadas, câmeras, caixas de som ou eletro com conectividade. Em 2023, esse número subiu para 16% ou 11,6 milhões de lares, um incremento de cerca de 1,7 ponto percentual e 1,7 milhão de residências a mais.

Contudo, uma pesquisa da TP-Link junto à Nielsen mostra que 86% dos lares brasileiros já têm ao menos um dispositivo inteligente conectado, sejam TVs, lâmpadas ou câmeras, indicando um conhecimento amplo, mesmo que ainda fragmentado.

Oportunidade e crescimento no mercado

No mercado global, a automação residencial deve crescer com taxa anual de 25,3%, chegando a US$ 370,95 bilhões até o fim de 202. Já no Brasil, o IDC projeta um robusto crescimento anual de 30%, acima da média global.

Pelo lado da indústria, o valor de mercado das “smart homes” no Brasil alcançou US$ 2,68 bilhões em 2024, com previsão de atingir US$ 6,68 bilhões até 2033, crescendo a um CAGR (taxa anual composta) de 10,7% entre 2025 e 2033.

Para eletrodomésticos especificamente, o mercado deve saltar de US$ 1,34 bilhão em 2023 para impressionantes US$ 8,16 bilhões até 2035, com CAGR de 16,09%.

Consumidores, varejo e indústria em sintonia

Um dos principais drivers de consumo é a eficiência energética: usar a máquina de lavar ou robô aspirador nos horários de fornecimento de energia mais baratos e com menor gasto de energia é um bom exemplo de estratégia. Além disso, geladeiras que antecipam resfriamento ou sugestões de receitas com o que há dentro são funcionalidades que agregam valor ao dia a dia.

No segmento pet, comedouros automatizados mantêm ração e água na hora certa e em quantidade precisa; rastrear a atividade do bichinho por tags adiciona conveniência. Para a vida familiar, apps que permitem redistribuir tarefas — como lavar roupas ou passear com o cão — entre os membros se tornam ferramentas de gestão doméstica.

Cenário futuro para o varejo B2B

Para o varejo B2B, o momento é oportuno: as empresas podem oferecer desde dispositivos plug-and-play até soluções mais integradas, com ênfase em eficiência, experiência e sustentabilidade. A adoção cresce por grandes centros, mas há espaço para expansão nas regiões menos atendidas do país.

Essa onda exige também parcerias estratégicas entre varejistas, marcas e players tecnológicos para facilitar instalação, oferecer soluções acessíveis e educar o consumidor, reduzindo barreiras como configuração e percepção de complexo.

Veja, no vídeo abaixo, algumas das novidades relacionadas a casas inteligentes em exposição esta semana na IFA, em Berlim:

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