Enquanto as montadoras chinesas avançam rapidamente no desenvolvimento de tecnologias de direção assistida, o governo de Pequim adota uma postura cautelosa para evitar excessos. As informações são da Reuters.
O alerta veio após um grave acidente em março envolvendo um sedã SU7 da Xiaomi, que matou três pessoas poucos segundos após o motorista retomar o controle do sistema de direção.
A tragédia levou os reguladores a finalizarem novas regras de segurança para sistemas de assistência ao motorista, proibindo termos como “autônomo” e reforçando a exigência de que o condutor permaneça atento.
As normas também devem obrigar as montadoras a incorporar tecnologias que monitorem o estado de consciência do motorista.
China quer avanços em direção autônoma, mas sem ignorar riscos
- A iniciativa faz parte de um esforço mais amplo da China para manter o equilíbrio entre inovação e segurança, sem frear o ímpeto de suas montadoras — que hoje disputam o protagonismo global no setor automotivo, especialmente com sistemas de direção assistida de Nível 2 e, futuramente, Nível 3.
- Esse estágio permitiria que o condutor desviasse o olhar da estrada em condições específicas, mas ainda não foi regulamentado no país.
- O governo havia autorizado a estatal Changan a iniciar testes de validação para o Nível 3, mas o plano foi pausado após o acidente da Xiaomi.
- A retomada deve ocorrer ainda este ano, com a expectativa de aprovação do primeiro modelo Nível 3 até 2026.
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Automação de nível 3 em breve nas ruas da China
Mais de 60% dos veículos vendidos na China em 2024 já contam com sistemas de Nível 2, como os da Tesla, Xiaomi e BYD — esta última, por exemplo, oferece seu software “God’s Eye” sem custo adicional. Agora, o desafio é avançar para o próximo nível mantendo os padrões de segurança.
Enquanto isso, empresas como Huawei, Zeekr (da Geely) e outras já exibem tecnologias de Nível 3 prontas para produção, à espera da regulamentação.
Em contraste, montadoras estrangeiras como Mercedes-Benz e Volkswagen ainda hesitam em assumir a responsabilidade legal que o Nível 3 exige, destacando a vantagem competitiva das fabricantes chinesas.
Para analistas, a abordagem regulatória chinesa — que impõe rigor sem travar a inovação — pode ser um trunfo na corrida global pela liderança em direção autônoma.
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