China anuncia primeira meta de corte de emissões até 2035

Apesar de ser a maior emissora de dióxido de carbono (CO₂) do planeta, representando cerca de 35% das emissões globais totais, apenas agora a China se comprometeu com uma meta de redução de suas emissões.

Segundo divulgado pela BBC, Xi Jinping declarou durante discurso em reunião da ONU em Nova York que o país irá reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 7% e 10% até 2035.

O anúncio vai de encontro ao que diz Donald Trump, que em seu discurso na Assembleia Geral da ONU chamou a mudança climática de “golpe”.

China assume pela primeira vez que irá reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 7% e 10% até 2035. Crédito: Quality Stock Arts – Shutterstock

Promessa pode favorecer combate às mudanças climáticas

A promessa foi feita em um momento em que desastres assolam diferentes partes do planeta, com inundações catastróficas no sul do Brasil e no Paquistão e incêndios florestais devastadores na Espanha. Mas foi considerada tímida por especialistas.

Mesmo para aqueles com expectativas moderadas, o que foi apresentado hoje ainda está aquém.

Yao Zhe, consultor de política global do Greenpeace Leste Asiático, à BBC.

Por outro lado, a China apresenta um histórico de prometer pouco e entregar muito, principalmente pelo impulso patrocinado pelo governo no uso de tecnologia verde. O país alcançou a capacidade de 1.200 gigawatts para energia solar e eólica em 2024, seis anos antes do planejado.

Vista aérea de fazenda de energia solar em Golmud, na província de Qinghai, na China. Imagem: lightrain / Shutterstock

Limitar o aquecimento em 1,5 °C exige cortes maiores da China

Como lembra a BBC, qualquer redução nas emissões provenientes da China terá um grande impacto em termos climáticos. Uma redução de 10%, por exemplo, equivaleria a 1,4 bilhão de toneladas por ano, quase quatro vezes o total de emissões anuais do Reino Unido.

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Mas a promessa dos chineses está muito abaixo do necessário para que o planeta alcance metas que limitem o aquecimento global em no máximo 1,5 °C.

Qualquer valor abaixo de 30% definitivamente não está alinhado com 1,5 °C.

Lauri Myllyvirta, analista-chefe do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, à BBC.

Para especialistas, seria necessária uma redução de mais de 50% nas emissões para que a meta fosse mantida, demonstrando o quão distantes os países ainda estão de alcançar os objetivos desejados.

A China ainda é muito dependente de usinas de carvão, mas o consumo está em queda devido ao aumento do uso de energia solar e eólica. Imagem: humphery/Shutterstock

Na verdade, relatório do Instituto Ambiental de Estocolmo alerta que os países planejam queimar mais do que o dobro de combustível fóssil até 2030 em relação ao que seria compatível com a meta.

País ainda depende de combustíveis fósseis para gerar energia

  • Em 2024, a geração de eletricidade a partir do carvão atingiu um novo recorde.
  • Em 2025, dados iniciais indicam queda no uso do carvão, acompanhada por aumento da energia solar.
  • Há sinais de que as emissões estão se estabilizando.
  • Projeções indicam que as emissões de gases de efeito estufa em 2025 serão menores que em 2024.

Para Li Shuo, diretor do China Climate Hub, as metas “devem ser vistas como um piso, não como um teto”. Para ele, o anúncio feito por Xi Jinping marca o início da descarbonização no país, o que ocorre após décadas de rápido crescimento das emissões.

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