China não deve reivindicar a Lua, apesar de alerta da NASA

O polêmico Bill Nelson, ex-astronauta e atual chefe da NASA, disse em entrevista recente que a China iria reivindicar a Lua e que outros países poderiam ser impedidos de explorar o satélite natural. No entanto, especialistas em segurança espacial, afirmam que não é possível que a China, e nem qualquer outro país, faça isso.

“Devemos estar muito preocupados com o fato de a China estar pousando na Lua e dizendo: ‘é nosso agora e você fica de fora”, declarou Nelson. O chefe da agência ainda disse que há uma nova corrida espacial, dessa vez com a China no lugar dos soviéticos e disse ainda que os chineses podem destruir satélites dos outros países. 

“Bem, o que acham que está a acontecer na estação espacial chinesa? Estão a aprender a destruir os satélites dos outros!”, disse Nelson entre outras acusações sobre o desenvolvimento espacial chinês. O país lançou a primeira sonda para o satélite em 2013 e pretende colocar astronautas no solo lunar na próxima década. 

Apesar das acusações da NASA, Svetla Ben-Itzhak e R. Lincoln Hines, especialistas em segurança espacial, explicam em um artigo no The Conversation que a China possui limitações para dominar a Lua. O Tratado do Espaço Exterior, adotado em 1967 e assinado por 134 países, incluindo a China, afirma explicitamente que “o espaço exterior, incluindo a lua e outros corpos celestes, não está sujeito à apropriação nacional por reivindicação de soberania, por meio de uso ou ocupação, ou por qualquer outro meio”.

Isso significa que, caso a China tente reivindicar o território lunar, isso poderia acarretar em sanções internacionais e retaliação. No entanto, o país, e todos os outros, pode estabelecer base na Lua sem nenhum impedimento. Os EUA também têm planos de enviar humanos para o satélite nos próximos anos, através da missão Artemis.

Os especialistas explicam que, a China poderia instalar bases em áreas estratégicas para tentar evitar que outros países assumam determinados pontos da Lua. No entanto, esse cenário ainda seria complicado já que o satélite possui uma área de 39 milhões de quilômetros quadrados.

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Posição da China sobre a Lua

O Ministério das Relações Exteriores da China respondeu a NASA em comunicado enviado para a agência de notícias Reuters. Zhao Lijian, chefe da pasta, diz que essa não é a primeira vez que a agência americana reage de forma agressiva contra os chineses e classificou as declarações como “irresponsáveis”.

“Esta não é a primeira vez que o chefe da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA ignorou os factos e falou de forma irresponsável sobre a China”, disse. “Os EUA constantemente construíram uma campanha de difamação contra os esforços normais e razoáveis da China no espaço sideral, e a China opõe-se firmemente a tais comentários irresponsáveis”, completou ainda.

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