Nas últimas semanas, Pequim acumulou sinais que interpreta como avanços importantes em sua rivalidade com Washington, como explica um artigo do New York Times.
O governo do presidente Donald Trump suavizou o tom em relação ao Partido Comunista Chinês em sua nova estratégia de segurança nacional, reabriu a possibilidade de venda de chips avançados para a China e evitou críticas públicas enquanto um aliado-chave dos EUA na Ásia enfrentava pressão direta de Pequim por apoiar Taiwan.

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Para analistas chineses, essas decisões indicam que Trump demonstra menos disposição para confrontar a China em temas ideológicos, tecnológicos e diplomáticos.
Comentários em veículos estatais e redes sociais celebraram o momento como evidência do declínio relativo dos Estados Unidos e da ascensão chinesa.
Diplomacia pragmática e foco econômico
- A nova estratégia de segurança nacional da Casa Branca redefine a disputa entre EUA e China como essencialmente econômica, deixando em segundo plano questões como democracia e direitos humanos — uma ruptura com décadas de política externa americana.
- O documento prioriza a construção de uma “relação econômica mutuamente benéfica” com Pequim e não critica explicitamente o regime autoritário chinês.
- Esse pragmatismo também se reflete na flexibilização de controles de exportação de tecnologia sensível.
- O governo autorizou a Nvidia a vender um de seus chips avançados à China, em um acordo que garante aos EUA uma parcela da receita.
- Críticos afirmam que a medida privilegia ganhos econômicos de curto prazo em detrimento da segurança nacional.

Alívio temporário ou mudança duradoura?
A postura mais conciliatória se soma a gestos anteriores, como a redução de tarifas após negociações com o presidente Xi Jinping e a aceitação de um convite para uma visita oficial a Pequim. Para a China, essa mudança amplia seu espaço de manobra regional, inclusive em ações mais assertivas contra o Japão.
Ainda assim, alguns analistas chineses alertam que o alívio pode ser passageiro. Segundo eles, a estratégia americana continua focada em preservar sua liderança global e conter a ascensão chinesa — apenas com uma abordagem menos explícita e mais calculada.

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