A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desmantelou um grupo de criminosos que aplicou golpes de investimentos contra brasileiros. A operação envolveu a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) da região e ações operacionais em cinco estados: Roraima, Bahia, Paraná, Mato Grosso e São Paulo.
A chamada Operação EBDOX, batizada em referência à plataforma fraudulenta que foi criada pelos suspeitos, rendeu 21 mandados de busca e apreensão, medidas de sequestro da valores e três prisões temporárias. Os acusados agora vão responder aos crimes de estelionato por meio de fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O caso EBDOX
As investigações no Distrito Federal tiveram início em abril de 2024, mas neste ponto o golpe já estava em fases avançadas de execução. Por volta de outubro do ano passado, quanto o caso repercutiu após o sumiço do dinheiro, já se sabia que o nome EBDOX circulava como uma fraude na área de corretoras de criptomoedas.
No site Reclame Aqui, que reúne reclamações de clientes, há várias postagens solicitando contato com os responsáveis e histórias sobre investimentos perdidos dos mais diversos valores, porém sem qualquer retorno por parte da companhia de fachada.
- Os golpistas, de origem chinesa, estavam situados na capital São Paulo e inicialmente montaram uma rede formada por brasileiros que tinham como objetivo coordenar grupos de WhatsApp;
- Nessa plataforma, um dos integrantes do grupo se identificava como doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e, ao demonstrar conhecimento na área, prometia fornecer por lá dicas e oportunidades de investimento com alto retorno financeiro;
- Depois de um tempo, o falso especialista convidava as vítimas a participarem de uma plataforma chamada EBDOX para realizar aplicações com alto retorno financeiro, algo que nunca aconteceu;
- Sempre que solicitavam saques, as vítimas eram informadas que precisavam depositar uma garantia de 5% para liberar a transferência, mas ela também não acontecia após os envolvidos alegarem que o serviço estava bloqueado por investigações da Polícia Federal;
- Depois de meses de reclamações, a EBDOX saiu do ar e os organizadores deixaram de responder as mensagens, deixando mais de 400 pessoas sem o dinheiro em depósitos que em um caso específico chegou a R$ 220 mil;
- As investigações descobriram que os funcionários brasileiros que trabalhavam nesses grupos eram monitorados a todo momento, precisavam prestar informações em chinês aos responsáveis e recebiam criptomoedas como forma de pagamento;
Segundo a Polícia Civil do DF, foram várias empresas criadas pelos golpistas para movimentar a verba roubada e só uma das companhias chegou a ter R$ 1 bilhão em capital. O dinheiro era lavado via criptomoedas, créditos de carbono e exportação de alimentos de Boa Vista, capital de Roraima, para o país vizinho Venezuela.
Interessado em mais conteúdos sobre proteção digital e cibercrimes? Conheça e se informe por esse assunto no TecMundo Segurança!